Presidente dos EUA garante que não está preocupado com as críticas que tem recebido no país sobre a questão da Síria e lança um aviso ao Irão.
Uma das expressões mais famosas de Jorge Jesus é a “nota artística”, conceito que o treinador do Benfica apresentou para dizer que era mais importante para a sua equipa ganhar do que jogar bom futebol aos olhos dos adeptos. Barack Obama provavelmente não conhecerá o técnico que nasceu na Amadora, mas respondeu aos críticos que o acusam de ter mostrado fraqueza na questão síria de forma semelhante: “Não estou preocupado em ganhar pontos por estilo”.
O presidente dos Estados Unidos disse estar satisfeito com o facto de o seu homólogo russo, Vladimir Putin, ter assumido a responsabilidade pelo seu “cliente”, o presidente sírio Bashar al-Assad, numa entrevista transmitida hoje pelo programa “This Week”, na ABC (vídeo aqui) . “Eu e o Senhor Putin temos fortes divergências numa grande série de questões. Mas eu posso falar com ele. Trabalhámos juntos em questões importantes”, afirmou.
Obama rejeitou as críticas de que terá sido ultrapassado por Putin, com quem tem divergências significativas em muitas questões. “Isto não é a Guerra Fria. Isto não é um concurso entre EUA e Rússia”, garantiu, usando o velho ditado do ex-presidente Reagan para lidar com a União Soviética: “Confie, mas verifique”.
“O meu objetivo principal em tudo isto foi ter a certeza que o que aconteceu a 21 de agosto não se repetiria novamente”, explicou o presidente norte-americano, referindo-se ao ataque com armas químicas, alegadamente perpetrado pelo regime sírio, que matou mais de 1400 civis, incluindo crianças. “Temos agora a possiblidade de garantir que isto não se repetirá”, acrescentou.
Conversas com Hassan Rouhani
A entrevista foi gravada antes de serem conhecidos os detalhes do acordo entre os Estados Unidos e a Rússia, alcançado no sábado em Genebra, sobre um plano de eliminação das armas químicas sírias que dá uma semana a Damasco para apresentar a lista destas armas e prevê a adoção de uma resolução da ONU.
O presidente dos EUA também revelou, pela primeira vez, que tem conversado, por carta, com o líder do Irão, Hassan Rouhani, a quem deixou um recado. “O que devem aprender desta lição é que há potencial para resolver os assuntos de forma diplomática”, assegurou.
“Penso que este novo presidente não vai de repente tornar tudo mais fácil, mas a minha perspetiva é que se há uma ameaça credível de força, combinada com um rigoroso esforço diplomático… é possível conseguir um acordo”, concluiu.
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