Jardim escreveu, Passos ligou. Albuquerque é o novo líder do PSD-Madeira – sem inseguranças

ouvir notícia

Miguel Albuquerque

Miguel Albuquerque, o candidato da rutura, ganhou o PSD-Madeira com 64,06% dos votos na segunda volta das eleições internas do partido. O candidato próximo de Alberto João Jardim, Manuel António Correia, ficou longe – obteve apenas 36%.

O novo líder diz que o tempo é de união: a partir de hoje “não existem adversários, mas companheiros”. Só não tem um lugar especial para Jardim no novo PSD.

Recebido com bandeiras e ao som do hino do partido na sede de campanha, Miguel Albuquerque fez, ao fim de três eleições (disputou a liderança em 2012 e a primeira volta a 19 de Dezembro), o discurso de vitória a pensar num partido “sem sectarismos” e “de olhos postos no futuro”. O PSD não terá, no entanto, tempo para muitas celebrações. Como prometeu na campanha, a Madeira vai mesmo para eleições antecipadas, que deverão ocorrer entre Março e Abril.

- Publicidade -

O novo presidente do PSD acredita que é capaz de vencer com maioria absoluta e diz que o partido não deve jogar à defesa e que o importante é começar a trabalhar. Também não se mostrou atrapalhado quanto ao futuro de Alberto João Jardim. “Eu não tenho nada que fazer com o Dr. Alberto João Jardim. O Dr. Alberto João Jardim é um militante ilustre que faz parte da história do partido.”

As relações entre ambos são péssimas, mas mesmo assim Jardim escreveu uma carta a Miguel Albuquerque a felicitá-lo pela vitória. O novo líder agradeceu a “amabilidade”.

Quem também teve a amabilidade de telefonar foi Pedro Passos Coelho. Miguel Albuquerque e o presidente do PSD e primeiro-ministro são amigos e Alberto João Jardim chegou a usar essa proximidade como uma das razões para não apoiar o antigo presidente da Câmara do Funchal. O candidato de Jardim era Manuel António Correia, o derrotado desta segunda-feira à noite. O ainda secretário do Ambiente fez uma campanha muita agressiva para a segunda volta numa tentativa de ir buscar os votos dos candidatos que ficaram na primeira volta.

Como mandam as regras da democracia, Miguel Albuquerque cumprimentou o adversário derrotado, mas há quem diga que será difícil sarar as feridas abertas nesta última parte da campanha. Manuel António Correia acusou o adversário de estar ligado ao até há pouco tempo todo-poderoso secretário-geral do partido Jaime Ramos ao mesmo tempo que se apresentou como um candidato limpo, sem ligações estranhas a ninguém.

Apesar das acusações e das feridas da campanha, Miguel Albuquerque garantiu que fará uma escolha muito especial para a lista do conselho regional que será eleito no congresso de 10 e 11 de Janeiro, de modo a que todos se sintam representados – a ideia é de união e de acabar com o sectarismo dentro do partido.

A ideia é também, no futuro, o conselho regional ser eleito por método de Hondt, o que neste momento não acontece. Miguel Albuquerque diz que não tem inseguranças, nem medo do pluralismo.

RE

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.