O líder do PCP defendeu em entrevista à Antena 1 a realização de um referendo sobre a saída de Portugal da zona euro e que o Governo só pode cair com os portugueses nas rua
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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse que os portugueses devem ser chamados a pronunciarem-se sobre a continuidade ou não do país na moeda única.
“No quadro de este país precisar de um desenvolvimento soberano essa é a opção que temos que tomar para Portugal e e se a União Europeia, as suas instituições e os seus mecanismos forem um impedimento a esse desenvolvimento económico e soberano, os portugueses têm o direito de arredar esses obstáculos”, afirmou o líder comunista em entrevista à jornalista Maria Flor Pedroso, na Antena 1.
Jerónimo de Sousa disse ainda acreditar pouco que o Presidente da República envie o Orçamento do Estado para 2013 para o Tribunal Constitucional.
“Não quero aqui ser um profeta das decisões do Presidente da República, mas o seu grau de comprometimento, a sua identificação com esta política e aquilo que está vertido no chamado memorando de entendimento com a troika leva-me a ter poucas expectativas em relação àquilo que o Presidente da República possa fazer”, declarou.
Governo só cai com portugueses nas ruas
O líder comunista garantiu que não foi contactado por Mário Soares para assinar a carta aberta a pedir a demissão do primeiro-ministro, sublinhando que só acredita que o Executivo possa cair com protestos e manifestações nas ruas.
“O Governo não cai por si próprio. Podem acentuar-se as contradições existentes entre os dois partidos, o CDS está a perceber que também está a ser arrastado pelas consequências deste Governo e quer desmarcar-se, mas estas contradições só aconteceram devido à dimensão do protesto e da luta do descontentamento, incluindo da sua base social de apoio”, disse Jerónimo de Sousa.
“Não estou a ver o Presidente da República, que está comprometido com a opção política do Governo e com as medidas que tem tomado a fazer isso (…) Tenho grandes dificuldades a ver o Presidente da República a tomar a medida que seria necessária”, concluiu.
(Rede Expresso)