Jerónimo defende renegociação “imediata” da dívida pública

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Para o líder do PCP “está em marcha um efetivo processo de imposição de condições” por parte da “troika mandante” para garantir “interesses dos mega bancos” e dos “especuladores”.

O líder do PCP defendeu hoje, em Coimbra, que a “única solução” para os problemas financeiros do país passa pela “imediata” renegociação da dívida externa ao nível dos prazos, montantes e taxas de juro.

“Perante a complacência e a cumplicidade da União Europeia, com as práticas de agiotagem e especulação, a única solução que se impunha para defender os interesses do país era e é, em alternativa a esta inadmissível ingerência externa, a imediata renegociação da dívida externa portuguesa”, afirmou Jerónimo de Sousa.

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Falando no final do almoço da apresentação da lista de candidatos por Coimbra às próximas eleições legislativas, liderada por Manuel Rocha, o secretário-geral do PCP considerou que “há e haveria outras alternativas à ruinosa opção que foi tomada e condena o povo a mais sacrifícios”.

O dirigente comunista considera “que está em marcha um efetivo processo de imposição de condições por parte da troika mandante (FMI, BCE e UE) e uma troika obediente PS, PSD e CDS, para garantir interesses dos mega bancos, do sistema financeiro, dos grandes fundos de investimento e dos especuladores”.

“Falam em negociação, mas qual negociação, a negociação tipo ‘chapa 5’, corte nos salários, nas pensões, mais impostos para quem trabalha, mais privatizações, cortes nos serviços públicos, mais despedimentos, cortes nos investimentos, submersão dos direitos laborais, nas prestações sociais, que são as medidas formatadas por todo o lado contra os trabalhadores e o povo”, enfatizou.

Jerónimo de Sousa propôs, como medida imediata, e tendo em conta o vencimento de mais uma tranche da dívida externa, a venda de parte dos títulos que entidades públicas detêm no estrangeiro que, citando o governador do banco de Portugal, atingem €55 mil milhões, e a compra de dívida pública.

“Agarrem nesses 55 mil milhões de euros, nem é preciso vender tudo, numa simples operação vendam 20 ou 25 por cento desses títulos e obrigações e comprem dívida pública”, sugeriu o líder do PCP, acusando as entidades públicas de considerarem que “isso não é bom porque é vender títulos que estão no estrangeiro”.

“Esses são os mesmos que dizem que se for preciso então leve-se à extinção do 13.º mês, à forma coerciva como os portugueses têm de comprar dívida pública através da abdicação do 13.º mês”, acrescentou, perante várias dezenas de apoiantes.

O secretário-geral dos comunistas defendeu ainda uma convergência dos países em dificuldades — que não é só a Grécia, a Irlanda e Portugal, mas que dentro em breve serão também a Espanha, a Bélgica e a Itália — para responder à especulação e a diversificação das relações comerciais de Portugal.

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