Há 65 anos…
Foi a 5 de Outubro de 1947 que o CNE – Corpo Nacional de Escutas (Escutismo Católico Português), iniciado em Braga, em 1923 pelo Arcebispo D. Manuel, se implantou no Algarve, com a fundação do então Grupo n.º 157 – Nuno Álvares Pereira e a Alcateia São Luís de Gonzaga. As cerimónias oficiais decorreram na Igreja da Misericórdia, de que era capelão o erudito orador sacro e distinto musicólogo Cónego José Augusto Vieira Falé e a sede funcionava na Rua do Município, num imóvel propriedade da Diocese e onde hoje funciona a Diretoria da PJ (Polícia Judiciária).
A semente então lançada em Faro que teve a presença de um dos altos responsáveis nacionais pela expansão, o Chefe Gonçalves Rodrigues, teve a sua continuidade em Portimão, com o saudoso padre Vitorino e depois em Tavira, encontrando-se hoje disseminado em várias localidades algarvias, com milhares de jovens, que, na vivência dos ideais lançados por Sir Robert Banden Powell of Gilwell, com o seu livro cartilha – básica do escutismo, o “Scouting for Boys”, se educam nesta “escola alegre do dever”.
Volvidos 65 anos sobre aquela memorável efeméride de 4/5 de Outubro de 1947, paira-nos um misto de saudade pela mais de uma década que ali militámos (desde a fundação, como lobito e guia do banda castanho) até sénior/caminheiro e na vivência de que “escuteiro uma vez escuteiro toda a vida” e de gratidão afetiva e, nalguns casos saudosa pelos companheiros de caminhada (Manuel Passos, João Mateus, Amílcar Quaresma de Almeida, António Geraldo, Armando, José Rogério, José Paixão, Eduardo Tenazinha, António Fantasia, Mário Piçarra, Joaquim dos Santos-Rainha, José Cavaco, José Quirino e tantos, tantos e, com uma admiração justificada pelos responsáveis da hora primeira e de todas as outras horas destes 85 anos, lembrando os chefes Rafael Gama Pinto, responsável pela Região; Jacinto Pereira (Chefe do Grupo) e Rosa Monteiro da Costa (Chefe da Alcateia) e neles todos os que se têm dedicado a esta obra de formação juvenil, já que “o escutismo é o cumprimento integral do dever”.
Antes da fundação do 157 do CNE já o Algarve, desde há décadas dispunha de prestigiados e exemplares grupos de outra associação congénere, a AEP (Associação dos Escoteiros de Portugal) surgida ao que, se a memória nos não falha em 1911 em Macau, como era o caso dos “melhores grupos escotistas portugueses, o “6 de Olhão” (um destaque para os Chefes Trigueiros de Miranda e Pina, dois verdadeiros educadores), o “59 de Tavira” e o “77 de Faro”, sem esquecer o Grupo de Vila Real de Santo António e o seu carismático chefe José Manuel Pereira, que foi dedicado chefe de redação de “Jornal do Algarve”.
Parabéns ao “157 do CNE” e a expressão de sincera gratidão do que tanto aprendeu durante os recordados anos que lá passou e tanto lhe serviram para a vida!