O Jornal do Algarve comemora hoje 58 anos desde que publicou o seu primeiro número. Pela mão do seu fundador e primeiro director, José Barão, destacado repórter e grande jornalista de jornais nacionais de referência, como o Século, o Jornal do Algarve nasceu em 30 de março de 1957, como uma voz que, embora partindo do extremo mais ocidental do Algarve, se fazia ouvir em toda a Região. É este legado que tem sido a alma do nosso projecto e que nos faz manter a viva esta indomável vontade de servir o Algarve.
Apesar de todas as dificuldades e vicissitudes que temos encontrado neste difícil percurso, o Jornal do Algarve tem o mérito de chegar até ao dia de hoje como o único semanário regional que nunca deixou de se editar uma semana que fosse. Contamos com 3026 edições semanais ininterruptas, o que só tem sido possível pelo rigor e profissionalismo do nosso trabalho e pelo apoio incondicional dos nossos assinantes e anunciantes, entre os quais não podemos deixar de destacar a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António.
Quis o destino que, ao mesmo tempo que o Jornal do Algarve comemora o seu 58º aniversário, a Empresa Litográfica do Sul, entidade a que o jornal está umbilicalmente ligado, anunciasse o seu encerramento, com o despedimento colectivo dos seus 45 trabalhadores. Facto que lamentamos, mas que reflecte bem os tempos de profunda crise económica e social que vivem, o nosso Algarve e o país.
Só quem vive o dia a dia de um jornal, pode ter uma verdadeira ideia de quão difícil é produzi-lo, quanto mais mantê-lo sem qualquer paragem e, mais ainda, quando o caminho trilhado tem procurado acompanhar, sempre, o progresso e a evolução tecnológica, que têm revolucionado este sector.
Mais do que nos mantermos vivos, mesmo numa conjuntura francamente adversa como a que atravessamos, é a vontade de continuarmos a servir o Algarve e os algarvios, a chama que nos alimenta.
O Jornal do Algarve foi fundado com o propósito de ser a voz das grandes causas que contribuíssem para o progresso da região. Uma voz que partindo de um extremo do Algarve, chegasse ao outro extremo. Uma voz plural, rigorosa e independente. Hoje, estamos em condições de afirmar que não só assumimos como consolidámos essa herança. Somos um jornal de verdadeira dimensão regional e um arauto das grandes bandeiras de luta da região. Semanalmente, nas nossas páginas, mais do que notícias e opiniões, fazemos eco das principais reivindicações dos algarvios; da saúde, ao ensino, passando pelo ambiente, o ordenamento, o turismo, o património e, hoje mais do que nunca os problemas sociais.
Como imaginam, trata-se de um esforço enorme, que exige a mobilização de avultados recursos humanos e financeiros, só possível, graças ao contributo dos nossos assinantes, leitores e anunciantes, sendo de destacar, neste capítulo, o grande apoio da maioria das autarquias e das empresas públicas e privadas do Algarve que, mesmo apesar da crise, compreendem a importância da publicidade e de investir na imprensa regional.
Hoje, numa altura em que o turismo volta a afirmar-se como uma alavanca do desenvolvimento da Região, importa lembrar que uma das grandes causas do Jornal do Algarve foi a luta por transformar o Algarve numa estância turística de qualidade internacional, que teve dois dos seus pontos altos com a inauguração do Hotel Vasco da Gama, em Monte Gordo, que festeja, este ano, o seu 55.º aniversário e com a criação da Região de Turismo do Algarve que comemora, também, este ano, os seus 43 anos. Pena é que a Região de Turismo do Algarve se tenha esquecido do papel do nosso Jornal, em prol do Algarve, apesar de lhe ter atribuído a Medalha de Mérito Turístico Grau Ouro.
58 anos depois da edição do primeiro número, o Jornal do Algarve sente-se com o mesmo espírito de luta e a mesma clarividência, que presidiram à sua fundação e continuam a fazer dele, uma referência no panorama da imprensa regional e lhe dão uma dimensão nacional.
O director
Fernando Reis
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