Pareceres do Conselho de Redação e da Comissão de Trabalhadores dizem que administração da empresa não tem matéria para punir o ex-diretor de informação.
O Conselho de Redaçao (CR) e a Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP enviaram hoje para a administração da empresa os seus pareceres sobre o processo disciplinar instaurado a Nuno Santos, antigo diretor de informação da estação pública. Com um ponto em comum: ambos os organismos criticam os motivos do inquérito e discordam da decisão da administração.
De acordo com os documentos a que o Expresso teve acesso, o CR defende mesmo, por unanimidade, que a leitura do procedimento disciplinar a Nuno Santos não esclarece qualquer responsabilidade do ex-diretor de informação da RTP no caso do visionamento por elementos da PSP de imagens jornalísticas em bruto da RTP, referentes a uma manifestação em frente à Assembleia da República.
O CR argumenta aliás que não há qualquer documento que incrimine de forma cabal Nuno Santos nesse caso, que existem depoimentos contraditórios e que o próprio Nuno Santos não assume qualquer culpa direta sobre o ocorrido.
Além disso, o CR sustenta ainda que as posteriores declarações de Nuno Santos na comissão de Ética – onde criticou a administração da RTP e defendeu estar a ser alvo de um saneamento político – foram feitas ao abrigo da liberdade de expressão, pelo que não poderão motivar qualquer procedimento disciplinar ao jornalista – que se encontra suspenso e proibido de entrar nas instalações da RTP desde Novembro.
Uma posição igualmente defendida pela CT, que defende que as declarações de Nuno Santos na Comissão de Ética foram produzidas em legítima defesa da sua honra.
A administração da RTP já recebeu os pareceres, mas não faz qualquer comentário ao assunto. Segundo apurou o Expresso, a administração terá agora 30 dias para responder aos dois documentos e dar prosseguimento ao inquérito disciplinar a Nuno Santos.
O jornalista declinou fazer comentários sobre o assunto.
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