José Cruz apresenta "Multiversal"

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José Estêvão Cruz apresentou na passada semana, dia 11 de Abril, o terceiro livro de poesia “Multiversal – Tríptico do Atum e outros contos transfronteiriços.
A vereadora da cultura da câmara municipal de Vila Real de Santo António, Carla Sabino, presidiu ao ato. Na mesa, em representação da tertúlia “Poetas do Guadiana”, esteve João Miguel Pereira e Hélder Oliveira, da Editora do Guadiana.
Alguns dos poetas do Guadiana presentes recitaram poemas do livro apresentado.
O autor aproveitou para explicar o que significa Multiversal, que dá título ao livro afirmando que à palavra “podemos atribuir vários significados ou conotações, como por exemplo, o acumular versos de diversas correntes literárias numa mesma obra” para, logo de seguida explicar: “É um pouco isso mesmo, já que os poemas foram acontecendo ao longo dos últimos oito anos quando, por esta ou por outra causa, me ocorreram. Creio que os poetas, salvo exceções que confirmam regras, não se sentam à secretária, à espera de que o vate os agracie”.
E, mais adiante “Multiversal é um adjetivo pertencente ao multiverso, o qual enquadra múltiplos universos. Na sua descrição, engloba a ideia de que o Universo a que pertencemos é apenas uma parte da realidade física. Compreende tudo aquilo que existe, a totalidade do espaço, do tempo, da matéria e energia e as leis constantes da física que os descrevem”.
Respeitantes ao multiverso, são destacados exemplos “Especulação sobre a Heteronímia” ou “Eu sou Quatro”, esclareceu o autor para quem a poesia é feita “em pequenos jogos de palavras metafóricas, a síntese das nossas inquietações. Permite que vençamos a força da gravidade, transporta para longe ou dá força inquebrável a um simples beijo de amor”.
Quanto ao “Tríptico do Atum”, poema antropomórfico, diz ter-se inspirado durante um seminário sobre o atum a que assistiu no Centro Cultural António Aleixo, onde foram exibidas duas reportagens sobre as extintas armações da Abóbora e a do Medo das Cascas.
Ali, foi seduzido ao ouvir que o atum tem “um biossensor que o orienta entre o Mar dos Sargaços e a passagem do Estreito de Gibraltar e é essa asserção que vai despoletar a partida de Medusa”.
“Neste livro também se fala do amor ou da dicotomia entre monarquia e república que é a nossa Ibéria e há nele espaço para a minha terra, Vila Real de Santo António e para os lugares disponíveis nossos afetos. Vão encontrar a solidariedade com a poesia japonesa, com os assassinados em Juárez, México, com o grande movimento de massas que pediu para ter de volta as nossas vidas, com os jovens que partem por falta de oportunidade nas suas terras” – explicou.
Terminou afirmando que se encontra a refletir sobre as inquietações dos seus dias e “as minhas muitas dúvidas quanto ao nosso futuro coletivo e a saúde ambiental do planeta, num momento em que soam de novo bem alto as trombetas de guerra”.

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