Jovem cigano entre a vida e a morte depois de linchamento “bárbaro”

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O jovem residia num bairro de Pierrefitte-sur-Seine, nos arredores de Paris

O jovem cigano da Roménia foi raptado na sexta-feira, duramente espancado no próprio dia na cave de um prédio de um bairro da localidade de Pierrefitte-sur-Seine, nos arredores de Paris, e depois deixado “como morto” pelos agressores dentro de um carro de um supermercado.

“Apresenta diversos golpes muito violentos na cabeça e continua com um prognóstico vital reservado”, informa esta tarde a delegada do Ministério Público (MP) da região. A notícia desta “agressão bárbara”, segundo a qualificação da magistrada, apenas foi divulgada nesta segunda-feira.

As autoridades ainda não prenderam qualquer suspeito mas falam em “acto de rara violência motivado pela vingança”. Testemunhas indicam que o jovem teria sido raptado depois do acampamento onde vivia com a família ter sido atacado por uma dúzia de encapuzados. Estes pretenderiam vingar-se de um assalto que ele teria efectuado horas antes num apartamento da “cité des poètes”, um bairro marginal do departamento 93, a norte de Paris.

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Presidente e primeiro-minostro condenaram “firmemente” a agressão

O jovem cigano de 16 anos de idade era conhecido dos serviços da polícia por assaltos e roubos, segundo informa a delegada do MP do departamento. Algumas fontes indicam que ele poderá ter roubado droga durante o assalto ao apartamento e que teria sido esse o real motivo do violento ataque do grupo de encapuzados. A delegada do MP apenas confirma o roubo de “jóias”, mas diz não existirem por enquanto provas que acusem o adolescente.

O Presidente François Hollande, bem como o primeiro-ministro, Manuel Valls, condenaram “firmemente” esta agressão “injustificável”. Pelo seu lado, diversas associações denunciam a miséria em que vivem os ciganos. “A miséria leva-os para a marginalidade… e este drama deve conduzir a uma política radicalmente diferente para fazer sair as famílias dos bairros da lata e da miséria”, pede em comunicado a associação “Romeurope”.

As autoridades policiais dizem que a família cigana do adolescente (num total de cerca de 30 pessoas) vivia no acampamento de Pierrefitte-sur-Seine desde há cerca de um mês e que fugiu aterrorizada devido à violência do ataque dos encapuzados.

De acordo com associações e a imprensa francesa, as autoridades registaram nos últimos meses um aumento de ataques em diversas localidades do país contra os acampamentos de ciganos de origem romena.

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