Jovem de Lagos dá nas vistas e “sonha” com a Google

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Grégory Bonaert conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas Internacionais de Física, que tiveram lugar na Índia, no mês passado. A competição contou com a participação de 382 finalistas, de 82 países diferentes

O aluno da escola secundária Júlio Dantas, Grégory Bonaert, conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas Internacionais de Física, que decorreram recentemente na Índia. Além disso, obteve a nota máxima – 20 valores – no exame nacional de Matemática. O JA falou esta semana com o jovem de 17 anos, que sonha agora com um emprego de sonho numa das maiores empresas tecnológicas do mundo: a Google

 

Grégory François Xavier Leatitia Marie Ghislain Bonaert. O nome é grande e complexo, assim como o talento e a inteligência do jovem nascido na Bélgica. Grégory, aluno da escola secundária Júlio Dantas, em Lagos, conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas Internacionais de Física, que tiveram lugar na Índia, entre 5 e 12 de julho, numa competição que contou com a participação de 382 finalistas do ensino secundário, oriundos de 82 países diferentes.

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Para o jovem de 17 anos, esta distinção “é uma grande honra, mas também uma grande sorte”. “Sabe mesmo muito bem e também foi preciso muita sorte, porque a prova correu bem. Ver todo o estudo recompensado por esta medalha foi excelente. De uma certa maneira, foi um prémio pelo meu esforço”, salientou o aluno que recentemente terminou o 12º ano.

A distribuição das medalhas foi feita através de percentagens, nesta competição que testou, principalmente, os conhecimentos em Física Nuclear e de Partículas. Oito por cento dos melhores foram premiados com a medalha de ouro (cerca de 20 alunos), os 17% seguintes com as melhores pontuações tiveram direito à prata e os posteriores 25% receberam a distinção de bronze.

Domínio dos asiáticos

O grande vencedor absoluto acabou por ser o sul-coreano Taehyoung Kim, com a melhor pontuação no conjunto dos dois testes (um teórico e outro experimental), sendo que a grande maioria dos consagrados acabou por ser de origem asiática. “Os chineses, em particular, dedicam anos inteiros da sua vida só a pensar neste tipo de provas. Têm meses e meses de preparação, não fazem mais nada sem ser isso. Os participantes chineses tiveram todos medalha de ouro. Só por curiosidade, nos últimos 10 anos, a China – em termos teóricos – poderia ter ganho 50 medalhas de ouro. Nestes 10 anos, ganharam efetivamente 49. É um nível muito alto”, confessou Grégory Bonaert, que mesmo assim brilhou no meio de chineses e sul-coreanos, nesta que foi a 12ª medalha portuguesa desde 1993 (11 de bronze e 1 de prata).

“Gostava de ir trabalhar para a Google”

A comitiva portuguesa, liderada por Fernando Nogueira e Rui Travasso – docentes da Universidade de Coimbra –, foi composta por cinco elementos, sendo que três deles receberam também uma menção honrosa. Durante estes últimos seis meses, os melhores alunos de Física do país ao nível do ensino secundário, “escrutinados” pelas Olimpíadas Nacionais, foram alvo de uma preparação especial para a prova internacional, algo que, de acordo com Grégory Bonaert, foi fundamental para o sucesso em Mumbai.

“Tive bastante preparação. Antes de ir para a Índia fiquei uma semana inteira em Coimbra só a fazer problemas de anos anteriores, teóricos e experimentais. Só por causa da Quark, escola de Física em Coimbra para alunos do secundário, fiz umas 12 experiências, o que ajudou muito. Tenho de agradecer às pessoas de Coimbra e, em particular, à minha professora de Física e Química, Maria Octávia Santos”, adiantou.

A medalha de bronze, conquistada na Índia, foi talvez a melhor maneira de terminar o ensino secundário para Grégory Bonaert. Com média de 18 valores e depois de ter tido 20 no exame nacional de Matemática, o jovem vai regressar à Bélgica para prosseguir os estudos e, embora tenha um sonho bem definido, ainda tem algumas dúvidas no caminho a seguir. “Provavelmente Física ou Informática. Se fosse para Informática gostava de ir trabalhar para a Google. Quem não gostava? A empresa que tem os melhores ‘ratings’ do mundo. Dizem que é a melhor empresa para trabalhar e claro que eu gostava muito de poder trabalhar lá. Se fosse para Física gostava de ir trabalhar para uma universidade e fazer pesquisa fundamental, porque aí tenho muita liberdade”, concluiu Grégory ao nosso jornal.

Ruben Silva/JA

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