Juros de Portugal e Irlanda são os que mais descem

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Com exceção da Grécia, o primeiro dia de negociação do novo ano no mercado secundário da dívida soberana foi positivo para os países periféricos contidos no antigo acrónimo jocoso “PIIGS” (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha).

As yields das Obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos fecharam em 5,8% no mercado secundário da dívida soberana, depois de terem registado 6,04% no último dia de 2013, segundo dados da Investing.com. Foi a maior descida entre os países periféricos da zona euro. Um nível inferior a 6% já não se verificava desde 6 de dezembro.

Em segundo lugar nas descidas diárias ficaram as yields das obrigações irlandesas que fecharam em 3,42%, o nível mais baixo entre os periféricos. As yields das obrigações espanholas e italianas inauguraram o ano fechando no prazo a 10 anos abaixo de 4%. No caso grego registou-se uma subida ligeira.

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As descidas diárias mais acentuadas das yields das OT registaram-se nos prazos a dois anos, com uma quebra superior a 4%, e a três e a quatro anos, com uma descida superior a 2%. A descida mais significativa em obrigações de países periféricos registou-se no caso da dívida irlandesa a 12 meses, que teve uma quebra diária de 25,5%. Seguiu-se a descida na maturidade a 2 anos para obrigações irlandesas com uma quebra diária de 4,6%. As descidas mais significativas – entre 2,5% e 3,4% – nas obrigações espanholas e italianas registaram-se no prazo a 12 meses.

Refira-se que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Deaghi, recordou hoje em entrevista à revista alemã “Der Spiegel” que o programa OMT de compra de títulos no mercado secundário pelo BCE estará limitado às maturidades mais pequenas, o que as torna um campo atraente.

Os prémios de risco em relação à dívida alemã diminuíram hoje em cinco periféricos do euro. No caso português o prémio de risco desceu a barreira dos 400 pontos base (ou 4 pontos percentuais de diferencial), o que já não se verificava desde 22 de maio, o mês da última emissão sindicada de dívida a 10 anos. Para a Irlanda, o prémio de risco desceu para menos de 150 pontos base e encontra-se ao nível de abril de 2010, oito meses antes do resgate. Nos casos de Espanha e Itália, os prémios de risco estão pouco acima de 200 pontos base e recuaram para níveis registados em maio e junho de 2011 respetivamente.

Portugal saiu do “clube da bancarrota”

Apesar de ter aberto o ano em 10º lugar no “clube” das 10 economias do mundo com maior probabilidade de entrar em bancarrota, Portugal acabou por sair hoje desse grupo, sendo substituído por El Salvador, segundo dados do monitor da S&P Capital IQ. Ao longo de 2013, Portugal saiu e reentrou no “clube” em maio, novembro e dezembro.

Um dos elementos dessa classificação de probabilidades é o preço dos credit default swaps (acrónimo cds) a cinco anos, derivados financeiros que funcionam como seguros contra o risco de bancarrota, que desceu hoje nos cinco periféricos referidos, com destaque para a Itália e Espanha.

A terceira maior descida de hoje registou-se com o preço dos cds da dívida portuguesa que caiu de 351,7 pontos base no final de 2012 para 337,9 pontos base no fecho de hoje, segundo dados da CNBC. Trata-se de um valor próximo do registado a 7 de maio, aquando da última emissão de dívida de 2013.

Jorge Nascimento Rodrigues (Rede Expresso)

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