Depois de se ter retirado para dar lugar a Julia Gillard, há três anos, Kevin Rudd regressa agora a líder do Partido Trabalhista e da Austrália.
No que pode ser considerado uma verdadeira ‘cambalhota’ política, Kevin Rudd voltou hoje à liderança da Austrália e do Partido Trabalhista, três anos depois de ter sido substituído por Julia Gillard em ambas as funções.
Ontem, Rudd reconquistou o título de líder do partido com 57 votos, mais doze do que aqueles que conseguiu a agora ex-primeira-ministra, que marcou a eleição depois de algumas discórdias internas.
Foi também uma crise interna que, há três anos, obrigou Kevin Rudd a renunciar ao Executivo australiano, passando as rédeas para Julia Gillard, que se tornou a primeira mulher a liderar o país.
A ex-primeira-ministra apresentou a demissão e anunciou que irá retirar-se da política. “Foi um privilégio que me tornou mais humilde. Agradeço ao Partido Trabalhista por este privilégio e agradeço ao povo australiano pelo seu apoio”, disse, em conferência de imprensa, ontem à noite.
“Quando procurei ser líder dos trabalhistas em 2010, tinha todo o apoio dos meus colegas. Agradeço-lhes. E agradeço-lhes também por me darem a oportunidade não só de servir a nação mas também de servir como a primeira mulher primeira-ministra do país”, acrescentou.
Sondagens favoráveis aos conservadores
Um factor decisivo neste ‘golpe’ interno é o facto de a Austrália ter eleições marcadas para 14 de setembro e as sondagens apresentarem números pouco simpáticos para Gillard, ao contrário do que acontece com Rudd que, mesmo assim, segue atrás do líder dos conservadores.
“Volto com humildade, com honra e com um importante sentido de energia”, disse o novo primeiro-ministro australiano, que elogiou Julia Gillard por ter dirigido a nação “durante anos de difícil governo minoritário” e por ter realizado importantes reformas.
No primeiro discurso na qualidade de chefe do Governo, Rudd sublinhou que a vida política pode ser “muito dura”, instando os deputados a lembrarem-se que são seres humanos, com família e emoções.
Na breve cerimónia de tomada de posse, hoje de manhã, também prestaram juramento Anthony Albanese, como vice-primeiro-ministro, e Chris Bowen, como chefe do Tesouro Federal da Austrália. O cargo de vice-primeiro-ministro e chefe do departamento do Tesouro era ocupado por Wayne Swan, que renunciou após a saída de cena de Gillard.
O líder da oposição, o conservador Tony Abbott, felicitou Rudd no Parlamento pela sua nomeação e lamentou a saída de Gillard, para defender, de seguida, que o líder deve ao Parlamento e ao povo australiano uma explicação relativamente à mudança na chefia do Governo. “Só alguns factos simples: em 2007, o povo votou em Kevin e ficou com Julia. Em 2010, votou em Julia e ficou com Kevin. Se votar no Partido Trabalhista em 2013, quem sabe com que líder ficará?”, ironizou.
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