Ladrões de túmulos na China comprometem artefactos antigos

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Roubos de artefactos antigos, em túmulos chineses, ocorrem cada vez mais com recurso à tecnologia.

Na China, o roubo de túmulos contendo artefactos antigos, alguns anteriores ao nascimento de Cristo, tem-se tornado um problema cada vez maior no país, onde os vestígios físicos de uma das civilizações mais antigas do mundo se tornam aliciantes para os ladrões de antiguidades.

O valor despendido pelo Governo chinês na proteção de relíquias de valor cultural e histórico passou de 765 milhões de yuans (€94 milhões) em 2006 para 9,7 biliões de yuans (€1,2 mil milhões) em 2011. As autoridades têm vindo a reforçar as suas estratégias de proteção dos locais históricos e de caça aos autores dos roubos, existindo já um gabinete especializado para o efeito.

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Estas riquezas insubstituíveis, datadas de períodos correspondentes a várias dinastias chinesas, são roubadas utilizando técnicas cada vez mais especializadas, apoiadas na tecnologia.

Segundo declarações de Wei Yongshun, representante do Ministério de Segurança Pública chinês ao jornal “China Daily”, em setembro de 2011, são utilizados explosivos, walkie-talkies, óculos de visão noturna e botijas de oxigénio, entre outros dispositivos que permitem localizar os túmulos subterrâneos.

Capital da Dinastia Tang seduz ladrões

Em 2010, as autoridades chinesas investigaram 451 assaltos a túmulos e 387 roubos de antiguidades, conseguindo recuperar cerca de 2300 artefactos no primeiro semestre desse ano. Uma das províncias mais afetadas por este tipo de roubos é Shaanxi, onde em tempos se localizaram as capitais de dinastias como a Zhou, Qin, Han e Tang.

“Se não agirmos depressa para proteger estes artefactos, já não haverá nada para proteger dentro de 10 anos” refere ao “Daily China” Lou Xizhe, porta-voz do gabinete de proteção de relíquias em Shaanxi.

Segundo o mesmo jornal, a polícia chinesa deteve quatro pessoas por tentarem roubar túmulos na província de Shaanxi, em agosto de 2011, e mais nove em outubro.

O sarcófago de Wu Huifei, concubina do sétimo imperador da Dinastia Tang, foi recuperado em março de 2010 depois de negociações com o colecionador norte-americano que o adquiriu após o roubo deste de um túmulo de Shaanxi, em 2006.

Na China, a pena de prisão por roubo deste tipo de antiguidades pode ir de três a dez anos ou, em casos mais graves, a pena de prisão perpétua.

JA/Rede Expresso
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