Lagos: Carta arqueológica subaquática para criar turismo naútico

Trata-se de uma iniciativa “importante para a história de Lagos, com a referenciação de naufrágios históricos e de todo o espólio subaquático que retratam o passado marítimo”

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A Câmara de Lagos, no Algarve, quer desenvolver o turismo náutico através do mapeamento dos naufrágios históricos e artefactos existentes na sua costa, criando uma carta arqueológica de referência internacional, disse à Lusa o presidente da autarquia.

“O objetivo é identificar e documentar todo o potencial e riquíssimo espólio museológico aquático e subaquático da costa de Lagos, cidade que outrora foi um importante ponto de apoio à navegação, como forma de potenciar o turismo cultural nesta área”, referiu Hugo Pereira, presidente da Câmara de Lagos.

O projeto conjunto da Câmara de Lagos e do Instituto de Arqueologia e Paleociências (IAP) da Universidade Nova de Lisboa foi iniciado em 2006, mas foi interrompido em 2008, prevendo-se que os trabalhos no terreno sejam retomados em 2023.

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Segundo o autarca, trata-se de uma iniciativa “importante para a história de Lagos, com a referenciação de naufrágios históricos e de todo o espólio subaquático que retratam o passado marítimo” daquela cidade do distrito de Faro.

“São locais de grande importância do património cultural e com grande valor científico e para o turismo”, notou.

Os trabalhos de prospeção deverão ser retomados no próximo ano para identificar os sítios dos naufrágios, canhões e outros artefactos, para que seja criada uma base de dados com foco especial na época dos Descobrimentos.

De acordo com a investigadora Rosa Varela Gomes, diretora do Instituto de Arqueologia e Paleociências, nos trabalhos que já decorreram, entre 2006 e 2008, “foram identificados importantes sítios na costa de Lagos que podem ser uma referência internacional da arqueologia subaquática”.

“Foram recolhidos dados fundamentais de registos de importantes testemunhos, tendo em vista assinalar barcos e naufrágios históricos relacionados com viagens comerciais, religiosas e pesca”, sublinhou.

Para a investigadora, “os naufrágios estimulam a imaginação e constituem um importante meio do nosso passado marítimo”, sendo importantes para todos os que visitam o Algarve “pelo clima e património, incluindo o náutico e subaquático”.

Segundo Filipe Castro do (IAP), outro dos investigadores envolvidos no projeto, o retomar o projeto “permitirá construir uma carta do Algarve, que pode vir uma nova forma de olhar para o turismo e para o país”.

“Quando estiver mapeada, a costa vamos ter uma história para contar com o seu espólio de grande valor cultural, como âncoras de pedra, ferro e cepos em chumbo, barcaças e ânforas, além de vários artefactos”, acentuou.

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