Lagos perpetua memória do tráfico de escravos

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A Câmara de Lagos e a Comissão Nacional da UNESCO (Agência especializada das Nações Unidas para a Educação, Ciência, Cultura e Comunicação) celebraram, recentemente, um protocolo de cooperação com vista à criação do Centro UNESCO de Lagos, no antigo mercado de escravos.

O protocolo foi assinado pelos presidentes da autarquia lacobrigense e da Comissão Nacional da UNESCO, Júlio Barroso e embaixador Fernando Andresen Guimarães, respetivamente, e teve em conta o facto de o município de Lagos assumir-se como “cidade dos Descobrimentos”, numa referência histórica às viagens de exploração lançadas pelo Infante D. Henrique e que conduziram à abertura e globalização do mundo.

Para o presidente da Câmara de Lagos, este protocolo significa “uma grande honra” para o município. “Lagos é uma cidade que não enjeita a sua história, ainda que nem tudo tenham sido rosas. Mas, no tempo histórico em que tudo aconteceu, Lagos brilhou no horizonte e é isso que se pretende dar a conhecer melhor”, referiu Júlio Barroso, frisando que “trabalhar em parceria com a UNESCO, que tem o seu nome reconhecido a nível nacional, é uma das melhores formas para o conseguir”.

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Na exposição agora patente neste novo núcleo museológico, onde outrora foi um mercado de escravos, procura-se explorar a ligação de Lagos à história do tráfico negreiro. São igualmente divulgados os dados históricos, relatados nas fontes documentais e enriquecidos pelos testemunhos recuperados nas escavações arqueológicas efetuadas no parque de estacionamento do Anel Verde.

Segundo a história, Lagos começou em 1444 a receber todos os anos carregamentos regulares de escravos, que eram normalmente capturados em razias ou adquiridos por troca na costa ocidental de África.

Utilizados em trabalhos pesados e em tarefas domésticas, os escravos africanos, a partir de então, passaram a fazer parte da paisagem humana portuguesa, que marcarão de forma profunda.

O edifício do Mercado de Escravos, em Lagos, perpetua a memória desse tráfico de seres humanos, que também abastecia outras regiões portuguesas, e que estaria centralizado na Casa da Guiné, em plena zona ribeirinha.

JA

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