LARANJA DO ALGARVE: Produção de citrinos duplicou em 10 anos

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A produção de citrinos algarvios mais do que duplicou nos últimos 10 anos (mais 111%), atingindo em 2019 um total de 356 mil toneladas, de acordo com dados da Direção Regional de Agricultura (DRAP) do Algarve disponibilizados esta semana ao JA. Um aumento drástico de produção que ocorre, paradoxalmente, numa área inferior à de há dez anos: em 2009 havia apenas menos 1.751 hectares do que os 16 mil de 2019, de acordo com os dados provisórios da DRAP

Contabilizando a produção dos últimos cinco anos, os dados são reveladores quanto ao enorme aumento da produção face à quase estagnação do crescimento de hectares. Em 2015 a área de plantio dos citrinos algarvios era de 14.600 hectares enquanto em 2019 era, como já dissemos, de 16 mil, o que representa um crescimento de 9,6% dessa área. Já a produção no mesmo período cresceu de 249.300 para 356.003 toneladas, o que representa um crescimento percentual de 43%.

Este enorme crescimento produtivo no mesmo terreno aumenta à medida que recuamos no tempo. “No ano 2000 a produção média por hectare no Algarve seriam 9 a 10 toneladas. Atualmente são 23 toneladas. E a área tem sido similar neste período”, disse ao JA o presidente da Algar Orange, José Oliveira, que também dirige a CACIAL – Cooperativa Agrícola de Citrinos do Algarve, com sede em Faro.

Todos os produtores e especialistas contactados esta semana pelo JA corroboram na constatação desse crescimento produtivo, mas sobretudo coincidem na explicação do fenómeno: “ Isto é devido à tecnologia. Nós, na Cacial, temos seis engenheiras de apoio à produção, pessoas formadas na Universidade do Algarve. A produtividade tem muito a ver com a rega, a forma como se dão os fertilizantes. Há 25 ou 30 anos atrás fertilizávamos às cegas. Agora no início da campanha fazemos análises da terra e análise das folhas das árvores. Isto para perceber de que ingredientes é que as árvores precisam. Em função dos resultados das análises, assim se determina a quantidade de fertilizante que lhe vai ser ministrado e esse fertilizante vai ser dado dissolvido na própria água. A fertilização vai ser dada consoante os ciclos vegetativos das árvores. Umas vezes mais outras vezes menos”, explica José Oliveira.

Um aumento de produtividade que vai ao arrepio do consumo de água: “Gasta-se muito menos água. O número de árvores por hectare é o mesmo de há 30 anos, entre 450 e 500 , a água ministrada pela rega gota a gota é muito menor do que aquela que era ministrada por alagamento ou pelos chuveiros”, enuncia o também presidente da Algar Orange. (…)

João Prudêncio

(leia a notícia completa na edição em papel do Jornal do Algarve de 16 de abril, ou consulte a edição em PDF online)

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