Líder parlamentar do CDS-PP, Pedro Mota Soares, voltou a pedir a José Sócrates que saia do Governo.
O líder parlamentar do CDS-PP voltou hoje a pedir para que José Sócrates saia do Governo, considerando que o líder democrata cristão apenas disse o que milhões de portugueses esperavam que um político dissesse ao primeiro ministro.
Numa reação às criticas indiretas deixadas sexta feira por José Sócrates ao líder do CDS-PP, que no dia anterior tinha sugerido a demissão do chefe do Governo para que fosse formado um Executivo de coligação entre PS, PSD e CDS-PP, o líder parlamentar democrata cristão, Pedro Mota Soares, registou que essa foi a quarta vez que o PS falou sobre declarações de Paulo Portas.
“Registo que é a quarta vez que o PS reage ao que o CDS-PP disse na quinta feira na Assembleia da República, frente a frente, olhos nos olhos”, afirmou Pedro Mota Soares, em declarações à Lusa.
Lamentando que nenhuma dessas reações tivesse também acontecido “olhos nos olhos”, o líder parlamentar do CDS-PP insistiu que Paulo Portas apenas disse “o que milhões de portugueses esperavam que um político dissesse”.
“São apenas quatro letras: saia”
Pedro Mota Soares notou ainda ter igualmente “registado” que o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, tenha dito que José Sócrates não é o problema.
“O que José Sócrates não é de certeza é a solução”, enfatizou, lembrando que é o primeiro ministro que “insiste e persiste” em aumentar impostos, em vez de reduzir a despesa do aparelho do Estado.
“Isso é inimigo da economia, congela o crescimento económico”, acrescentou, considerando que, pelo contrário, o corte da despesa poderia funcionar como estímulo para a economia.
De forma irónica, Pedro Mota Soares recordou também o que leu hoje na imprensa relativamente a um convite de José Sócrates para que o CDS-PP integrasse o Governo, convite que terá sido recusado.
“Por aí se vê o apego do CDS-PP ao Governo”, ironizou.
Na sexta feira, em São Pedro de Moel, o primeiro ministro disse haver políticos mais preocupados com a conquista do poder do que na resolução
dos problemas do país.
Esses políticos, acusou José Sócrates, orientam “a sua ação apenas com base no cálculo” e sem “pensarem em contribuir para resolver os problemas dos país”, só querem ver “qual é a melhor altura para provocarem uma crise”, para “substituírem o governo”, para “provocarem um problema ao país”.
Portugal “precisa de tudo, menos de uma crise política”, acrescentou o secretário geral do PS, que dedicou uma boa parte da sua intervenção a
críticas à oposição sem nunca referir qualquer nome ou partido.