Três chefes de Estado da África Ocidental chegaram à Costa do Marfim nesta terça-feira para tentar convencer o presidente do país, Laurent Gbagbo, a deixar o cargo.
Gbagbo recusa-se a entregar o poder a Alassane Outarra, candidato da oposição reconhecido internacionalmente como vencedor das eleições gerais realizadas em 28 de novembro.
Líderes de Serra Leoa, Benin e Cabo Verde – representantes da Comunidade Economica de Estados da África Ocidental (Cedeao) – participarão dos diálogos que tentarão acabar com a crise política na Costa do Marfim, no que está sendo visto como uma última tentativa da comunidade internacional de negociar a crise antes de uma intervenção militar.
Um porta-voz do governo de Serra Leoa afirmou à BBC que os chefes de Estado oferecerão a Gbagbo uma maneira de deixar o poder sem ser “humilhado”.
A vitória de Ouattara foi anulada pela Corte Constitucional, chefiada por um aliado de Gbagbo, sob a alegação de que os resultados da eleição foram fraudados no norte do país.
Segundo o correspondente da BBC na Costa do Marfim John James, a Cedeao escolheu deliberadamente para o diálogo três governantes que ainda não se tinham manifestado sobre a disputa eleitoral no país.
James afirma que, depois das tentativas fracassadas de mediação por parte do ex-presidente sul-africano Thabo Mbeki e do presidente da Comissão da União Africana (UA), Jean Ping, o único objetivo da visita é persuadir Gbagbo a deixar o cargo e evitar uma intervenção internacional na Costa do Marfim.
Correligionários do presidente afirmam que os líderes africanos serão recebidos respeitosamente, mas insistem que Gbagbo não deixará o poder.