“Lobos solitários” irão continuar a atacar os EUA

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Perante o ataque na discoteca gay em Orlando, na Florida, do qual resultaram 50 mortos e 53 feridos, este domingo, Collin Rowley, ex-líder da Unidade Contraterrorismo do FBI eq ue atualmente tem uma firma de segurança, considera que aqui estão refletidos dois problemas: os “lobos solitários” com uma mentalidade ‘contra’ os Estados Unidos e a facilidade que têm em aceder a armas.

“Há dezenas de milhares de indivíduos americanos que julgam que estão em guerra contra os Estados Unidos”, diz Collin Rowley ao Expresso, lembrando serem “lobos solitários”. São pessoas apenas inspiradas pelo Estado Islâmico, mas sem ligações diretas com o grupo terrorista.

Até agora, as informações disponíveis e confirmadas ao Expresso por uma das porta-vozes do FBI, Rebecca Callahan, apontam para que esse seja o caso do atirador, Omar Saddiqui Mateen, de 29 anos, nascido em Nova Iorque e que vivia no Estado da Florida.

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Momentos antes do tiroteio, Omar Mateen ligou para a linha de emergência (911) e falou do ataque que iria fazer “em nome do Estado Islâmico”. Horas depois, Daesh, através de um comunicado da agência Amaq, ligada ao grupo extremista, disse que o ataque na Florida foi “perpetrado por um combatente do Estado Islâmico”.

Collin Rowley, que em 2002 foi eleita pela revista “Time” uma das 100 figuras do ano, sublinha, no entanto, que o problema não se fica apenas pela inspiração que estes indivíduos possam ter no Daesh. “Isto vai continuar porque é fácil aceder às armas nos Estados Unidos”, sublinha.

A ex-líder da unidade contra-terrorismo, que deixou o FBI em 2006, refere que Omar “tinha amigos que foram fazer a Jihad na Síria” e que, mesmo assim, “ele tinha uma licença de porte de arma passada pela Florida”.

Rowley levanta, assim, aquele que é um dos grandes debates nos Estados Unidos, a que o presidente Barack Obama voltou a fazer referência este domingo, na sua intervenção pública, na qual lamentou o ataque, considerando-o “um ato de terror”.

“Estas pessoas, mesmo com este historial, têm acesso às armas”, afirmou Collin Rowley ao Expresso, lembrando que até mesmo quem consta das “no fly lists” – ou seja, que está proibido de andar de avião – “tem livre acesso às armas nos Estados Unidos”.

Juntando os dois problemas – a mentalidade de muitos indivíduos ‘contra’ os Estados Unidos e o acesso fácil às armas no país -, o que se pode prever, na opinião de Collin Rowley, é que a insegurança se mantenha.

Ricardo Lourenço e Raquel Albuquerque (Rede Expresso)

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