Lojas de venda de ouro lesam Estado

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A compra e venda de ouro é um dos raros negócios que disparou em Portugal nos últimos anos com a crise económica das famílias, aumentando o risco de fraude e evasão fiscais

Centenas de operadores com atividade fiscal encerrada há vários anos continuam a laborar no comércio de ouro usado e a fugir ao Fisco. O potencial de receita de IVA que deixa de entrar nos cofres do Estado é superior a 4,5 milhões de euros, de acordo com a edição desta quarta-feira do “Diário Económico”.

O impacto negativo nas receitas de impostos é ainda maior, devido às implicações a nível de IRS e IRC, tratando-se de uma área de negócio sem controlo adequado pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). O alerta parte da Inspecão-Geral de Finanças (IGF) e decorre de auditorias realizadas aos sistemas de controlo tributário de áreas de risco de fraude e evasão fiscais.

A compra e venda de ouro é um dos raros negócios que disparou em Portugal nos últimos anos com a crise económica das famílias, aumentando o risco de fraude e evasão fiscais. O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2011 tinha já alertado para isso mesmo: “As dificuldades no acesso ao crédito e a falta de liquidez, sentidas em diversos sectores de actividade, promovem uma maior abertura dos agentes económicos nacionais, face a investimentos com origem potencialmente ilícita”.

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Numa auditoria ao sistema de controlo da actividade de comércio de ouro usado, realizada no ano passado, cujo resultado consta do relatório de actividades de 2014, a IGF concluiu que se trata de “uma área de actividade de enorme risco de fraude e evasão fiscal, com falta de controlo adequado pela AT”. Segundo o organismo tutelado pelo Ministério das Finanças, foram detectados “centenas de operadores com licenças para o exercício da actividade, após se encontrarem cessados fiscalmente, na sua maioria há vários anos”. O relatório de actividades da IGF dá conta que foi “apurado um potencial de receita de IVA em falta superior a 4,5 milhões de euros, além de óbvias implicações em sede de IRS e IRC”.

Segundo o RASI, as fragilidades decorrentes da conjuntura de crise vivida em Portugal “potenciaram, em 2011, a exploração ilícita de alguns sectores de actividade”. O relatório citava, já na altura, algumas áreas: consultoria financeira, concessão de crédito, a recuperação de empresas ou o comércio de ouro e metais preciosos, entre outros. E avisava que o aumento dos impostos poderia “potenciar o crescimento da economia paralela”.

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