Mãe pede ajuda para filho com cancro raro

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Brian tem um cancro muito raro entre as crianças, de extrema dificuldade de tratamento, com pouca taxa de sobrevivência e já em estado muito avançado

Brian é um menino de três anos que luta contra um cancro raro nas crianças, que tem uma taxa de sobrevivência inferior a cinco por cento. A mãe Doriana, natural de Lagos, está a tentar angariar dinheiro para financiar um tratamento oncológico que ainda não é feito em Portugal. A vida de Brian está por um fio e a família acredita que esta é a “última esperança médica no momento”

 

O neuroblastoma de alto risco é o inimigo do pequeno Brian desde que completou os dois anos de idade. A única esperança da mãe, Doriana Viana, natural de Lagos, está num tratamento fora de Portugal que pode custar entre 100 e 500 mil euros. “A salvação do meu único filho passa por tentar tratamentos de imunoterapia experimentais no estrangeiro, nomeadamente em Espanha ou EUA, que têm sido muito promissores em crianças já terminais, como será o caso dele se não fizermos nada”, desabafa Doriana, de 27 anos, que atualmente trabalha num supermercado na zona de Lisboa, onde pode acompanhar mais de perto os tratamentos que Brian tem vindo a realizar no Instituto Português do Oncologia (IPO). Porém, estes tratamentos não têm surtido efeitos e o menino tem vindo a piorar de dia para dia.

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“Já estamos em contacto com vários hospitais que estão a analisar o caso particular dele e estamos a tentar ver qual o melhor tratamento no caso do Brian”, acrescenta a mãe desesperada, lembrando que se trata de “um cancro muito raro entre as crianças, de extrema dificuldade de tratamento, com pouca taxa de sobrevivência e já em estado muito avançado”.

“Neste momento, só um tratamento no estrangeiro o pode salvar (imunoterapia) e preciso, infelizmente, de ajuda monetária para isso”, afirma a mãe, que está a promover uma campanha de angariação de fundos para salvar a vida do filho.

“Estou a ver o meu filho morrer à minha frente”

“A salvação do meu filho passa por tentar tratamentos de imunoterapia experimentais no estrangeiro, que têm sido muito promissores em crianças já terminais”, frisa a mãe
“A salvação do meu filho passa por tentar tratamentos de imunoterapia experimentais no estrangeiro, que têm sido muito promissores em crianças já terminais”, frisa a mãe

Doriana não consegue esconder ou disfarçar que tem sofrido muito ao lado de Brian nestes últimos meses. “Estou a ver o meu filho morrer à minha frente e por falta de meios monetários não o posso salvar. Ver o sofrimento do meu único filho com apenas três anos a lutar pela vida… A doença, as dores e tudo o que o cancro dele provoca, os médicos e enfermeiros ao nosso redor, os métodos super invasivos que ele suporta e todos os seus efeitos secundários, são a minha dor diária no coração de mãe”, refere, mostrando mesmo assim que não vai desistir desta luta e que vai conseguir salvar o filho, “porque ele é uma força da natureza”.

Segundo os médicos, o tipo de cancro raro que foi detetado no Brian apresenta uma taxa de sobrevivência muito pequena, abaixo dos cinco por cento. Chama-se neuroblastoma e está na fase 4, “com quatro massas tumorais, invasão do sangue, ossos e medula”.

“No caso do tipo de cancro dele existe um protocolo de tratamentos a nível mundial. Ele estava a segui-lo, fez quimioterapia e uma cirurgia, mas, de repente, a doença teve uma recaída e nem com quimios de emergência estamos a conseguir controlar a doença”, conta Doriana Viana.

Uma luz ao fundo do túnel

Neste momento, em que Brian está a entrar na fase terminal, a mãe acredita que a imunoterapia pode ser uma luz ao fundo do túnel. “São tratamentos ainda experimentais mas que, em certos casos, têm sido a última e única esperança de salvação”, realça. “A pior parte é que rondam entre 100 mil e os 500 mil euros cada uma.”

Por isso, a família e os amigos estão a organizar uma recolha de fundos solidária, com o apoio do IPO, para financiar os tratamentos no estrangeiro, já que o SNS não cobre estes casos.

“O tratamento em si, por ser experimental, tem custo zero para as ‘cobaias’. No entanto, por ser noutro país (Espanha ou EUA), já não existe um SNS que suporte todos os outros custos de internamento do Brian”, explica Doriana Viana, adiantando que o dinheiro angariado servirá para suportar “os custos de viagens, estadia e alojamento, assim como o material usado nos hospitais e o internamento”.

Os pais do menino de três anos chegaram mesmo a emitir um comunicado, na semana passada, onde garantem que “a conta do Brian não foi nem será mexida para fins que não sejam o seu tratamento”. E todas as pessoas poderão seguir as iniciativas de angariação de dinheiro na página de facebook “Um sorriso pelo Brian”.

Doriana Viana e Valter Ferreira garantem ainda que, “se pelos piores motivos o Brian não fizer o tratamento de imunoterapia e não se concretizar essa hipótese, todo o dinheiro que foi angariado para ele será encaminhado para outro menino português a ser seguido no IPO, com o mesmo cancro do Brian, mas ainda numa fase ‘melhor’”.

Iniciativas de maior mediatismo

Com pequenas campanhas de solidariedade, Doriana e Valter já conseguiram angariar cerca de 40 mil euros. Mas ainda falta muito e o tempo é curto, pelo que, com a ajuda do IPO, os pais pretendem avançar para iniciativas de maior mediatismo a nível nacional que chamem a atenção de todo o país para a causa.

As redes sociais também têm sido um veículo importante e a página “Um sorriso pelo Brian” já tem quase 21 mil seguidores. Ali, os pais prometem atualizar o valor já recebido de forma a que todos possam ver o promissor momento em que a quantia para ajudar o Brian será alcançada. As ajudas são feitas através do IBAN PT50 0033 0000 4548 2704 2270 5.

Quem já usou a sua página de facebook para ajudar o menino de três anos foi o conhecido ator José Raposo, que não ficou indiferente à história de Brian e sensibilizou os seus seguidores a contribuírem monetariamente, “nem que seja com um euro”. Quem não puder, escreveu o ator, “que faça uma visita, envie uma carta, uma mensagem, um sorriso…”. Força Brian!

(Esta notícia foi publicada na íntegra na última edição do JA – dia 30 de junho)

Nuno Couto | Jornal do Algarve

(Em última hora chegou a notícia que não desejávamos dar: o pequeno Brian não resistiu à doença e acabou por falecer no dia em que o nosso jornal saiu para as bancas. À família enlutada deixamos aqui os nossos sinceros sentimentos. E paz à alma do Brian.)

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