Mais cem imigrantes ilegais entram em Melilla

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Um grupo de cem imigrantes subsarianos entrou na cidade espanhola de Melilla, depois de saltar a vedação fronteiriça

Cerca de 500 imigrantes subsarianos tentaram entrar esta segunda-feira na cidade de Melilla, em Espanha, atravessando as vedações que separam a fronteira com Marrocos. Pelo menos 100 terão conseguido entrar em território espanhol.

O Ministério do Interior marroquino contabilizou 27 feridos – 13 polícias e 14 imigrantes subsarianos. Cerca de 30 estrangeiros procuraram assistência médica no Centro de Acolhimento Temporário de Imigrantes de Espanha.

Fontes da Guarda Civil espanhola garantem que os imigrantes tiveram uma “atitude violenta” quando arriscaram entrar clandestinamente em Melilla. Pouco passava das oito da manhã (sete horas em Lisboa) quando meio milhar de subsarianos se dividiram em dois grupos e tentaram saltar a vedação que separa a fronteira entre os dois países, na zona de Vaguada Linares e Río Nano.

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O “salto” foi captado por câmaras de vigilância, onde se vê dezenas de imigrantes ilegais percorrem a vedação do lado marroquino. Em escassos segundos, começam a trepar pelas redes com vários metros de altura. No vídeo veem-se os imigrantes a lançarem pedras aos elementos da Guarda Civil que vigiam a fronteira do lado espanhol, e alguns destes a responderem apedrejando os imigrantes ilegais.

A confusão instalada obrigou as forças de segurança marroquinas a pedirem auxílio à Guarda Civil de Espanha, assegurou a Delegação do Governo de Melilla.

Quinze subsarianos morreram afogados

Este foi o segundo “salto” de imigrantes subsarianos em apenas uma semana. Na segunda-feira passada 150 clandestinos tinham já conseguido entrar em Melilla.

No ano passado, quase 60% dos imigrantes ilegais que entraram em território espanhol fizeram-no por Ceuta e Melilla (ver mapa em baixo), revela o último relatório da Associação Pró-Direitos Humanos da Andaluzia. Ainda segundo este organismo, mais de 15% das tentativas de entrada em Espanha foram efetuadas através de vedações fronteiriças.

No início de fevereiro, 15 subsarianos morreram afogados ao tentarem entrar por mar na cidade de Ceuta. Os imigrantes ilegais tentavam chegar à praia quando foram atacados pela Guarda Civil espanhola com tiros de borracha.

A morte destes homens reacendeu o debate na União Europeia sobre o drama dos imigrantes ilegais, e motivou o envio de uma carta da Comissão Europeia ao Governo espanhol, pedindo explicações sobre a tragédia. Por seu lado, o Ministério do Interior espanhol pediu mais ajuda das instituições europeias para controlar a imigração, e está em curso uma investigação sobre o que terá realmente acontecido em Ceuta, a 6 de fevereiro.

Na sequência deste incidente em Ceuta, os serviços secretos espanhóis divulgaram um relatório, ao qual o diário “El País” teve acesso, e onde é revelado que 30 mil imigrantes subsarianos estão instalados no norte de Marrocos, à espera de entrar clandestinamente na Europa.

RE

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