Manifesto diz que empresas estão a ser deixadas à fome

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Fartos de ser asfixiados pela crise e estrangulados pela burocracia, os empresários passaram ao ataque e estão a associar-se à campanha “Deixem-nos Respirar”. No manifesto em causa, a que o JA teve acesso, os subscritores dizem que “é tempo de fazermos ouvir as nossas vozes”

Mais de 150 empresas, com um volume de negócios superior a 120 milhões de euros, já deram o seu apoio à campanha iniciada pelo empresário local Karl Heinz Stock, há cerca de um mês. “São quase em igual número as que demonstraram o seu apoio mas preferem ficar no anonimato”, revela.

No manifesto, os empresários apelam aos “líderes da política e burocracia que dialoguem com os empresários que gerem pequenas e médias empresas neste país”.

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A principal preocupação manifestada no documento prende-se com a burocracia, que – asseguram – “continua em franco crescimento, à medida que mais e mais restrições são implementadas”. “Algumas fazem sentido, quando analisadas a solo, mas no panorama geral são muitas vezes contraprodutivas”, sustentam os subscritores.

“Os empresários em Portugal estão a ser estrangulados pela burocracia, é tempo de fazermos ouvir as nossas vozes”, lê-se no manifesto, que deixa ainda um sério aviso: “Portugal está a precipitar-se para um desastre social e económico, que pode e irá prejudicar-nos”.

Ainda de acordo com o documento, “as empresas já estão a ser deixadas à fome pelas medidas de austeridade influenciadas pelo exterior e pelas condições desfavoráveis do mercado. Mas, o mesmo nível de danos à espinha dorsal da nossa economia – as pequenas e médias empresas – está a ser provocado pela burocracia interna e pela desconfiança que nos estrangulam”.

“Caça à multa”

Os empresários referem-se àquilo que apelidam de “caça à multa”, acusando mesmo a ASAE e a GNR de terem alterado a sua postura. “Em vez de assumirem as responsabilidades para as quais foram criadas, estão agora ocupadas a recolher dinheiro por erros ridículos e irrelevantes”, protestam, apontando como exemplo a nova lei (em aplicação desde janeiro de 2013) que obriga os veículos de entregas das empresas a levarem consigo guias que estejam eletronicamente associadas a faturas. “Numa estimativa informada, podemos supor que esta arcaica aplicação da tecnologia, que remonta aos dias de ditadura, deve corresponder a uma perda de pelo menos 2 a 3% do PIB português. Como poderão as pequenas e médias empresas, que estão a lutar pela sua sobrevivência, encontrar o tempo extra e os recursos para implementar estas medidas sem evitar serem multadas?”, lê-se no documento, que alerta também para um agravamento da falta de produtividade e um número superior de insolvências que estas medidas acarretam.

As pequenas e médias empresas que se associaram à campanha “Deixem-nos Respirar” realçam ainda que não vão ser capazes de obedecer a todas estas regulações sem se prejudicarem severamente, isto no melhor cenário possível. “Esta regulação irá prejudicar ainda mais a tendência atual, que dita que as boas empresas e a mão-de-obra qualificada deixem o país. No presente clima económico, o Governo deve fazer tudo ao seu alcance para auxiliar as empresas, não para as lesar ainda mais”, conclui o manifesto.

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