Marcelo diz que Algarve contribuiu mais para Portugal do que o contrário

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No centro do jardim do Museu Municipal de Faro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que o Algarve contribuiu mais para Portugal do que o contrário, durante a visita à capital do sul, onde recebeu a chave da cidade pelas mãos do presidente do município, Rogério Bacalhau.

“É preciso compreender-se que o Algarve contribuiu mais para Portugal do que em muitos casos Portugal tem contribuído para o Algarve. Isto é medido em termos estritamente económicos, mas mede-se também no momento difícil assinalado pela pandemia, por esse corte abrupto com o exterior que se traduziu numa situação crítica entre o fim da primavera e o começo do verão”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, durante o seu discurso, em Faro.

A visita do Presidente da República a Faro começou com o descerramento de uma placa alusiva à atribuição da categoria de Tesouro Nacional ao Mosaico do Deus Oceano, o primeiro no Algarve, que é um dos principais símbolos da cidade a que os romanos chamavam Ossónoba. 

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Em relação ao mosaico, Marcelo Rebelo de Sousa enunciou que ele faz parte de uma “realidade histórica” de Faro, simbolizando a sua história, herança, linhagem, valores e princípios que servem para “percebemos bem e melhor o presente e o futuro”.

“Não foi por acaso que existiu um reino próprio do Algarve. Foi uma realidade histórica que significou a riqueza cultural, a expressão, a capacidade de encontro com novos mundos, uma vontade de ir mais longe e de ser diferente”, acrescentou o Chefe de Estado.

Já no jardim do museu farense, Marcelo Rebelo de Sousa assistiu a um pequeno momento musical do acordeonista algarvio Nelson Conceição, antes de receber a Chave de Honra da Cidade de Faro.

“Agradeço ao presidente, ao município e ao povo de Faro a honra de, a partir de hoje, aqui entrar e me sentir como concidadão, e sentir-me como se sentem todos os portugueses que aqui vêm, que se sentem em Faro como cidadãos de Faro. Faro como símbolo daquilo que temos de melhor em Portugal”, agradeceu Marcelo, durante o seu discurso.

Para o Presidente da República, esta Chave de Hora que ficará na Presidência, significa que “o Algarve queria dizer algo de muito simples: queremos ser algarvios, queremos merecer melhor atenção, precisamos da vossa atenção, temos direito a essa atenção, mas nós reconhecemo-lo num todo nacional. Nós temos o orgulho de sermos portugueses. E é esse orgulho que se traduz num gesto para com o representante de todos os portugueses”.

Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda os momentos que passou por Faro e pelo Algarve, nomeadamente durante a sua infância e como professor, quando lecionava aulas na capital de distrito.

“Hoje, dia em que Faro o acolhe como seu Cidadão Honorário, fica escrito nesse livro de honra que, para além da sua naturalidade, passa também a ser um farense”, começou por dizer o presidente da Câmara Municipal de Faro, no seu discurso.

O autarca recordou ainda “aquele dia frio de março quando, atravessando quilómetros de praias destruídas, de estufas devastadas, de habitações deitadas abaixo e no meio de toda a desolação que experimentámos após o tornado de 2018, o Presidente da República ali estava transmitindo a sua solidariedade e o ânimo indómito que o move”.

Rogério Bacalhau aproveitou para alertar que o Algarve é “uma região desequilibrada, que continua deficitária em termos de saúde, de redes de transporte e de tantas outras valências que são direitos básicos da maioria dos cidadãos. Uma região que, aqui e ali, apresenta bolsas de pobreza que não conseguimos mitigar e que atravessa mais uma crise, imersa em dificuldades e desesperança”.

* com Luís Dias

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