Mário Castrim – Que falta fazes!

Se há alguém que ultimamente me salta a uma memória já um pouco gasta é, sem dúvida, Mário Castrim. Para os que ainda se recordam das suas crónicas/críticas/, diárias, dos programas televisivos, apesar da apertada censura à época, por certo acontecerá o mesmo. Não me vou repetir nem aumentar o número dos que, já exaustos, pura e simplesmente, desligam o televisor ou procuram restaurantes onde tais ornamentos não existam ou estejam desligados, nem fazer coro com os que já, quase todos os dias, escrevem ou demonstram o seu verdadeiro horror, em simples conversas. 
Limito-me a duas ou três aberrações que, de tão ridículas, bradam aos céus, da dita de informação com que os três ou quatro (se incluirmos a CMtv) canais  nos apascentam.
a) O ou A apresentador(a),dito jornalista, dá à luz a notícia explicando que, p. ex., um incêndio de grandes proporções deflagrou em determinada região e etc. etc., etc.,… terminando remetendo para um ou uma outro(a) mais perspicaz e deslocável que, in loco, e recorrendo a imagem, além de repetir o que já foi dito, tenta a todo o custo entrevistar(?) alguém, de preferência que saiba da poda ou que viva o acontecimento, desdobrando-se em perguntas e mais perguntas (creio que devem ser pagos à palavra!) sempre com a clara preocupação de dramatizar até o inimaginável o dito de “acontecimento”… e devolve a palavra ao primeiro(a) noticiarista que, por sua vez, “resume” tudo o que toda a gente que resistiu já sabia, terminando, agradecendo a todos e com o habitual “voltaremos aí sempre que se justificar!!! Três vezes, com o intuito de tentar que a gentinha perceba!
b) O segundo que, aliás, se relaciona com o anterior, é o já célebre problema das portas!
Acontece quase sempre, mas não só, à entrada dos tribunais. O repórter de serviço é incumbido de entrevistar alguém importante… E, ali está, sabe Deus há quanto tempo, com o microfone na mão, vasculhando, correndo de um lado para o outro, tentando descobrir o (a) personagem. Passam-se minutos e mais minutos enquanto as diligências continuam lançando mão de lugares comuns ou, inclusive, fazendo perguntas a despropósito a algum transeunte, enquanto o repórter de imagem corre atrás . Por fim e, sem que a dita personalidade (Sócrates, p. ex., várias vezes) surja, resta filmar a porta e explicar… “é por aqui que vai entrar ou sair fulano”. Álea jacta est
c) Finalmente, o futebol, como não podia deixar de ser. Todos sabemos que é (tem que ser!) omnipresente. Porém, já tinham praticamente esgotado todas as hipóteses relacionáveis ou a propósito da bola. Não o jogo em si, vamos lá, malgrado não haver dia sem jogos. Já havia as transferências na época do defeso e a mãe do Ronaldo e uma irmã que queria ser cantora e o problemático e discutível var… eu sei lá. Era preciso algo mais. E, então, alguém teve mais uma ideia luminosa: — Vamos filmar os autocarros das grandes equipas, por trás, nos dias de encontros importantes, para criar mais expectativa! E, acreditem… foram mesmo! Minutos e mais minutos ou mesmo horas, em função da distância entre o hotel e o estádio até do Porto a Lisboa e vice – versa, já ninguém se espanta; já faz parte… e lá vão eles a filmar as traseiras dos autocarros. Fabuloso! Vá lá, digam quem teve a ideia para o Marcelo gastar mais uma medalhinha,
Percebem, agora, porque sonho com Mário Castrim?
Curiosamente continuam a chamar a isto… jornalismo!
Cadê o sindicato de jornalistas ou a chamada ERC ou alguém do dito M. da Cultura?
Estou cheio de ser agredido por esta gentinha que se tem fartado de, para além de me insultarem, chamando-me estúpido, vão ao ponto de acrescentar… e vais ter de continuar assim!!!
Até quando? 
Que saudades Mário Castrim…

Eurico Gomes

Médico/ Presidente da Direção e Diretor Clínico da A.E.D.M.A.D.A.
IPSS Área da Saúde Associação Diabéticos do Algarve – Clínica de Diabetes

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