Mário Moita traz “fado ao piano” a Lagos

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Mais do que um concerto musical, “4 Estações, 4 Fados” é um espetáculo cultural, diz ao JA o cantor, compositor e pianista Mário Moita. O artista que recuperou a tradição do fado ao piano atua, dia 13, às 21h30, no Centro Cultural de Lagos. Em entrevista concedida ao JA, Mário Moita revela como surgiu a ideia de interpretar fado ao piano e como estes temas fazem sucesso em todo o mundo

Os sons do fado vão ecoar no palco do auditório do Centro Cultural de Lagos, com o espetáculo “4 Estações, 4 Fados”, pelo cantor, compositor e pianista Mário Moita.

O artista recuperou a tradição do fado ao piano de 1870 e há mais de 20 anos que anda pelo mundo a promover o seu trabalho.

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Em declarações exclusivas ao JA, Mário Moita explica que a ideia de recuperar a tradição do fado ao piano surgiu quando tinha 10 anos e estudava piano. “Nessa altura (anos 50 e 60), o grande compositor da Amália Rodrigues, Alberto Janes, compunha ao piano na minha terra, Reguengos de Monsaraz, temas como «Foi Deus», «Oiça Lá ó Senhor Vinho», «Casa da Mariquinhas», entre outros. Quem o ajudava nas partituras era um ilustre pianista de nome Fortunato Murteira e que era meu vizinho. Ainda em vida, deixou-me todo o seu espólio de partituras de fados para piano”, revela Mário Moita, frisando que tem a primeira partitura do «Foi Deus» para piano, entre outras. “Quando me apercebi, estava a fazer algo inédito, mas desde pequeno que o fiz”, conta.

Nos últimos anos, o artista tem andado pelo mundo e já atuou em mais de 20 países. As reações do público, refere, não podiam ser melhores: “Tem sido fantástica a reação do público, desde o Japão à Roménia, passando pela Macedónia, Estónia, Chipre, Espanha, França e Estados Unidos, só para dar alguns exemplos de países não lusófonos. É de realçar que 90 por cento dos meus espetáculos não são para as comunidades portuguesas.”

Um grande espetáculo cultural

E o que pode esperar o público algarvio do espetáculo “4 Estações, 4 Fados”? “O público algarvio vai ter uma grande surpresa, pois não se trata de um espetáculo musical, mas sim um espetáculo cultural.”

No próximo sábado, no Centro Cultural de Lagos, o artista vai fazer “uma analogia entre as estações do ano e os tipos de fado”. “Por exemplo, para o fado de inverno teremos «Tudo isto é Fado», para a primavera os fados românticos de Coimbra, para o verão o fado alegre…! E imaginem isso com imagens e vídeos!”, adianta.

Sobre o fado, Mário Moita realça que é “um sentimento português que pode ser triste, romântico e alegre”. “A minha música é como a minha alma, romântica e alegre. Tento através dos meus espetáculos desmistificar que o fado não é só triste, que o povo também é romântico e alegre. O piano, por outro lado, dá-lhe um toque único, de glamour…”, explica o artista, que nasceu em 1971, em Reguengos de Monsaraz, Évora.

Em 2007 lançou o único CD/livro existente em Portugal sobre o fado ao piano (tradição de 1870 que perdemos em Portugal), e é o único a recuperar esta tradição pelo mundo. O seu novo CD, “Fado Navegante”, está à venda em 65 países.

Os bilhetes para o espetáculo “4 Estações, 4 Fados”, dia 13, às 21h30, no Centro Cultural de Lagos custam 10 euros.

NC/JA
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