As duas agências no Algarve da Marsans ainda resistem ao “vendaval” que gerou o anúncio da falência da empresa espanhola.
Em declarações ao JA, os funcionários de Faro e Portimão garantem que de Espanha veem indicações que “está tudo bem” e a ordem é para “continuar a vender”.
No entanto, a situação está a gerar uma corrida às lojas dos clientes que temem ficar com as férias estragadas.
O Jornal do Algarve contactou esta semana as duas agências de viagens Marsans a funcionar no Algarve, em Faro e Portimão, onde os funcionários – dois em cada loja – não escondem que a situação é delicada.
Na agência de Faro, uma funcionária disse ao JA que “o ambiente que se vive ainda é relativamente calmo” e que “só deverão surgir grandes problemas se todos os clientes cancelarem as férias ao mesmo tempo”.
Ainda assim, a funcionária lembrou que “a empresa já garantiu que vai ressarcir os clientes afetados”, que na região algarvia são algumas dezenas.
“As indicações que recebemos de Espanha é que está tudo bem e que devemos continuar a vender”, revelou a funcionária.
No entanto, a mesma responsável confirma que se tem vivido “um verdadeiro vendaval” nos últimos dias com toda esta polémica, assistindo-se a uma corrida dos clientes à agência e “telefones sempre a tocar”. “E esta situação ainda pode piorar ainda mais nos próximos dias com o desenvolvimento do processo de falência do grupo Marsans”, lamentou.
Em Portimão, as notícias sobre alegadas burlas aos clientes também levaram a uma corrida à agência Marsans, que, tal como Faro, conta com dois funcionários, que também estão a dar a cara por “uma situação que nos custa muito, mas da qual não temos qualquer responsabilidade”.
Apesar de confirmar que “os ordenados estão a entrar”, os funcionários temem que o grupo espanhol não tenha capacidade para assegurar a devolução do dinheiro se houver um cancelamento massivo dos clientes. “Daqui para a frente, com todas estas notícias, não sabemos o que se vai passar”, referem.
Entretanto, ao final da tarde de segunda-feira, o diretor-geral da Marsans garantiu que nenhuma loja iria fechar. Sobre as queixas dos clientes e a enorme pressão sobre os funcionários, Ivan Losada lamentou “que nem todos entendam que a pessoa que vende não tem responsabilidade e que, muito menos, tem capacidade para lhes devolver ali o dinheiro”. Mas assegurou que vão tentar, progressivamente, resolver tudo.
Nuno Couto / Jornal do Algarve