“O facto de a maternidade do hospital de Portimão funcionar sem pediatria é da maior gravidade e uma grosseira violação dos mais elementares procedimentos médicos, colocando em risco a saúde dos recém-nascidos e das mães. O seu funcionamento nestes termos apenas poderá conduzir a uma tragédia. Não é a primeira vez que tal sucede”, sustenta o deputado Cristóvão Norte, do PSD Algarve, depois da ocorrência de mais um caso, no passado sábado à noite, na maternidade do hospital de Portimão.
Nessa noite, um bebé teve de ser reanimado por uma equipa de anestesistas, após o parto, devido à falta de pediatras nas urgências do hospital.
A ausência de pediatras na unidade hospitalar de Portimão já tinha sido denunciada há quase um ano, sendo que a própria administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) também já reconheceu a falta de médicos desta especialidade.
Para Cristóvão Norte, este caso deve ser objeto de abertura de inquérito, “pois tiveram lugar dois partos sem pediatra, num dos casos com graves complicações, as quais levaram a que o recém-nascido tivesse que ser reanimado”.
“Essa operação teria que ser realizada por um pediatra e, em desespero, teve que ser conduzida por um médico de outra especialidade”, sublinha o deputado do PSD, frisando que “é grave e irresponsável que o CHUA não assegure pediatras na unidade de Portimão, de modo a garantir a segurança no funcionamento dos serviços, designadamente no bloco de partos, berçário, neonatologia e internamento de pediatria, já que os mesmos acolhem um significativo número de recém-nascidos e de crianças, mas é mais grave ainda permitir que a maternidade funcione assim”.
Segundo o deputado social-democrata, estas situações significam “violar a confiança das pessoas, colocá-las em perigo e potencialmente destruir as suas vidas”.
Nesse sentido, Cristóvão Norte apela ao Governo que tome as medidas adequadas, designadamente “prover a unidade dos médicos necessários e, até que o consiga assegurar, não permitir a realização de partos sem que estejam cumpridas as regras mínimas de segurança”. Esta exigência foi traduzida num requerimento que o deputado apresentou na passada terça-feira.
JA