Menino com cancro alvo de tratamento contraindicado pelos médicos que o seguiam

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O menino inglês de cinco anos com cancro cerebral que fora levado pelos pais do hospital de Southampton, em Inglaterra, para Málaga, em Espanha, sem o consentimento dos médicos, voou esta segunda-feira para Praga a fim de aí continuar o seu tratamento clínico. A decisão foi tomada pelos pais e os médicos mostram-se céticos em relação ao caso.

Um porta-voz do hospital de Málaga confirmou esta segunda-feira de manhã que Ashya King foi transportado para Praga, na República Checa, numa ambulância aérea totalmente equipada para assegurar o estado de saúde da criança.

Na capital checa, Ashya King será admitido primeiro num hospital, sendo posteriormente reencaminhado para o Centro de Terapia de Protões (CTP). No início da semana passada, os médicos aconselharam dois ciclos de tratamentos de quimioterapia em Inglaterra antes da viagem até Praga. Mas parece que a decisão já estava tomada – “se a família concorda, Ashya seguirá em Praga não só a terapia com protões, mas também a quimioterapia” – avançou Iva Tatounova, responsável do CTP, citada pela AFP.

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A polémica dos protões

Considerando que o tratamento que estava a ser seguido no hospital de Southampton era bastante agressivo, Brett e Naghemeh King decidiram que os tratamentos com protões seriam a melhor solução para o menor. Esta terapia contrasta com os tratamentos convencionais, centrando-se essencialmente num feixe de protões. Considerado por alguns um salto tecnológico no combate ao cancro, para o chefe do departamento de Pediatria do hospital de Southampton, Peter Wilson, esta não é a melhor solução para este caso em concreto, pois “o feixe de protões deverá irradiar uma maior parte do cérebro e da espinha”, afirmou ao “The Guardian”.

Esta técnica de radioterapia para destruir células cancerígenas por irradiação com um feixe de partículas tem custos muito elevados. Na República Checa, os números chegam aos 65.000 euros, sendo que nos EUA um tratamento idêntico atinge quase os 110.000 euros.

A odisseia de Ashya King parece assim não ter fim. Desde28 de Agosto, dia em que foi levado do hospital de Southampton sem a aprovação dos médicos, que o caso percorre o mundo. Os pais levaram-no inicialmente para Málaga, onde foram descobertos e detidos após a emissão de um mandado de busca internacional, sob a acusação de rapto do próprio filho. Mas o caso acabou abafado após contactos das autoridades britânicas e espanholas.

RE

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