Miguel Freitas defende sistema de prevenção de riscos e proteção civil sustentável

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O deputado socialista Miguel Freitas promoveu esta segunda-feira, em Portimão, uma audição pública sobre “Incêndios Florestais – todos os ângulos de um desígnio”. O parlamentar foi escolhido como relator do grupo de trabalho para a análise da problemática dos incêndios florestais, constituído no âmbito da Assembleia da República.

Para a presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, “é urgente uma clarificação das diferentes responsabilidades em matéria de proteção civil, sob pena de se continuar a assistir a uma desresponsabilização do estado central em relação a estas matérias, assim como é preciso encontrar uma autoridade regional que assuma a coordenação política que desapareceu com os governadores civis”.

Na mesma linha, Rui André, presidente da Câmara de Monchique, considera necessário haver “uma clarificação de quem paga o quê e quem faz o quê”, realçando a importância do estabelecimento de acordos e de parcerias com as entidades locais (associação de caçadores, escuteiros, empresas, etc.) como forma de ir de encontro ao problema dos incêndios florestais.

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Para os técnicos florestais Sobral de Almeida (GTF das Terras do Infante) e Jorge Albuquerque (Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão), para além da infraestruturação do território em matéria de defesa da floresta contra incêndios, sua manutenção e financiamento, o ordenamento florestal e a melhoria da rentabilidade do proprietário florestal são fatores críticos de sucesso nesta matéria.

“Voluntariado está a escassear”

Já o comandante do corpo de bombeiros de Loulé, Irlandino Santos, considera importante criar sinergias entre todos, alertando para o facto de o voluntariado estar a escassear e no futuro não podemos esperar “que o socorro da população esteja dependente do toque da sirene e que o voluntário deixe o seu posto de trabalho para ir socorrer um acidente de viação ou uma casa a arder”.

Para Jorge Botelho, presidente da Câmara de Tavira e da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, “a proteção civil é uma missão prioritária, sendo fundamental que o financiamento das equipas de sapadores florestais não esteja dependente de candidaturas anuais e que as autarquias não tenham que suportar o IVA na contratualização de serviços no âmbito de projetos financiados para faixas de gestão de combustíveis”.

Segundo o tenente-coronel Antunes, da GNR, deve-se continuar a apostar nas equipas de sapadores florestais, pois estes são a guarda avançada da própria GNR, devendo repensar-se a responsabilidade de quem garante a manutenção e os vigilantes dos postos de vigia.

O comandante Vaz Pinto, comandante operacional distrital de operações de socorro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, enfatizou a necessidade crucial e fundamental de se proceder a uma clarificação generalizada em matéria de proteção civil e dos seus agentes.

No final, Miguel Freitas disse que esta audição cumpriu os objetivos definidos, destacando “a necessidade de tornar sustentável o sistema de prevenção de riscos e proteção civil, com o financiamento dos corpos de bombeiros a carecer de um enquadramento legal e a necessidade de regulamentar a taxa municipal de proteção civil”.

JA

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