O Ministério da Educação divulgou hoje as metas de aprendizagem para o ensino básico, que vão desde as bases para compreender o mundo até à divisão do saber por áreas separadas, mas sempre complementares.
Nas metas para o primeiro ciclo do básico, divulgadas na Internet no Portal da Educação, destaca-se a importância de haver um só professor para as várias matérias, que “além de permitir a criação de uma relação estável da criança desta faixa etária com um adulto de referência”, facilita a gestão do currículo por parte do professor.
É nesta fase da educação que se entra no mundo das letras, aprendendo os códigos, e que se começam a construir “as bases fundamentais para a compreensão do mundo”.
No segundo ciclo, em que se entra em “áreas do saber já mais específicas” e se pretende que os temas se complementem, defende-se que os docentes devem ser distribuídos “por áreas, sempre que possível”, e deve ser o diretor de turma a fazer a gestão dos currículos, ressalvando-se que “a prática contradiz muitas vezes o legislado”.
“Pretende-se neste ciclo promover nos alunos a gradual especialização dos conhecimentos”, mas, reitera o Ministério, com uma articulação entre disciplinas.
Quanto ao terceiro ciclo, a ideia é um reforço da aprendizagem por disciplinas especializadas, mas com as equipas de professores sempre a “trabalharem em conjunto”, para os alunos ganharem uma “capacidade de interpretação da realidade em que vivem e agem como cidadãos”.
A divisão em disciplinas separadas implica que os professores respeitem “a especificidade e o rigor próprio de cada área do saber”.
Apesar de se recomendar sempre que as disciplinas sejam ensinadas aos alunos de forma “integrada”, as metas alertam para a necessidade de não “diluir” os conhecimentos aprendidos em cada disciplina, antes da sua aplicação em conjunto com outros saberes para a resolução de problemas.
As metas estão organizadas em torno das disciplinas lecionadas em cada um dos ciclos do ensino básico. Para cada uma, há dezenas de objetivos que os professores devem procurar atingir com os alunos.
Por exemplo, no caso da Língua Portuguesa, no capítulo dedicado à leitura, os professores devem conseguir que os alunos do primeiro ciclo desenvolvam a capacidade de procurar espontaneamente textos e informação sobre o que ouvem nas aulas, dirigindo-se eventualmente para desenvolver o seu gosto literário.
Nos ciclos mais avançados, estes objetivos genéricos mantêm-se, embora com técnicas e expetativas de resultados diferentes.
AL/JA
