Ministro da Educação!! Onde está?

Toda a gente ficou estupefata quando António Costa no passado dia 13 de janeiro anunciou um forte confinamento quando, simultaneamente, não encerrava as escolas e mantinha mais de dois milhões de cidadãos a circular.


O SPZS, em consonância com todos os sindicatos da FENPROF, tem defendido o ensino presencial por considerar que as desigualdades se acentuam com este ensino de emergência por todos os motivos que já têm sido amplamente divulgados.


Não mudámos de opinião, mas vimos os números da tragédia, ouvimos os especialistas que publicamente e na sua esmagadora maioria disseram que pelo menos os alunos com idades superiores a 12 anos deviam ser confinados e, coerentemente, dissemos que era impossível manter o ensino presencial por uma questão de saúde pública.


António Costa fez desta vez o que sempre faz: gere o discurso político parecendo que as coisas são melhores do que o de facto são e arranja um argumento de que os Portugueses gostem para justificar uma decisão que não resolve os problemas.


É um passe de mágica que tem resultado na legislatura e se porventura não fosse a pandemia continuaria a resultar até outro qualquer desastre. Desta vez as coisas não correram bem, pois os números das mortes são impossíveis de mascarar e o primeiro ministro teve de recuar. E não venham dizer que foi por causa da variante Britânica, que essa foi a preparação para recuar sem perder a face.


Desde o ano passado que temos vindo a fazer vários apelos ao Ministério da Educação e à Direção Geral de Saúde para reunirmos pois queríamos sugerir medidas que salvaguardassem de facto o ensino presencial e, em simultâneo, a saúde de toda a comunidade educativa. Nós estamos nas escolas, se calhar seria uma vantagem. Isto foi sempre recusado.


E qual foi o papel das escolas na transmissão do vírus? Ninguém sabe. Não sabemos quais foram os critérios que os delegados de saúde receberam do governo, mas sabemos das decisões erráticas e diferenciadas de acordo com cada um. Uns delegados, em caso de suspeita, enviaram alunos, professores e funcionários para casa, outros enviavam só o aluno presumivelmente infetado e deixavam todos os outros na escola, outros ainda, só a turma.  Testes rápidos ou lentos, foi coisa que praticamente não se fez na escola, por isso não se sabe qual o papel das escolas na transmissão. O que nós sabemos é que no caminho para as escolas e nos recreios o confinamento termina para os jovens e também sabemos que eles vão para casa…


Para adicionar a este problema, chegamos a uma situação pandémica com uma gravidade destas e parece que ninguém estava à espera. Que cenários tinha o ministério da Educação preparado para uma eventualidade destas? Nenhum. Quantos computadores foram prometidos para as escolas para um eventual ensino à distância? Mais de um milhão? Quantos chegaram? Cerca de 100 000. A culpa, como é costume em Portugal, vai morrer solteira, mas uma coisa é certa, António Costa não tem Ministro da Educação por escolha própria. O ministro que não foi capaz de resolver vários problemas dos professores, que terão grande impacto na educação dos nossos jovens a curto prazo, também não resolve os problemas da pandemia nas escolas.

Fernando Delgado

Professor Dirigente Sindical do SPZS

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