Jérôme Cahuzac demitiu-se por ser objeto de uma investigação judicial por suspeita de fraude fiscal e de ter tido uma conta secreta na Suíça.
A demissão de Jérôme Cahuzac era previsivel. Saiu ao fim da tarde de ontem do Governo francês e o Presidente, François Hollande, já nomeou um novo ministro do Orçamento para o substituir – Bernard Cazeneuve, que era até agora ministro dos Assuntos Europeus.
A situação de Jérôme Cahuzac no Governo ficou comprometida depois de, ontem à tarde, o Ministério Público francês ter aberto um processo por “branqueamento de fraude fiscal” no qual ele é visado.
Cahuzac é suspeito de ter tido, até 2010, uma conta secreta num banco suíço.
Os magistrados consideram que existem indícios suficientes para investigar as acusações contra o ex-ministro lançadas há mais de três meses pelo site “Mediapart”, dirigido pelo ex-diretor do jornal Le Monde, Edwy Plenel.
“Mediapart” tinha designadamente divulgado uma gravação de uma conversa telefónica atribuída a Cahuzac, na qual este evocava inquietação com a existência de uma conta no banco UPS, em Genebra.
O Ministério Público francês indicou que, depois de diversas investigações, a gravação é autêntica e que é “provavelmente” a voz de Cahuzac que nela se ouve.
Dinheiro transferido da Suíça para Singapura
Jérome Cahuzac sempre desmentiu as acusações de “Mediapart”. “Ele mente desde o princípio”, respondeu Edwy Plenel, ontem à tarde.
Segundo o site de informação, a alegada conta na Suíça do ex-ministro foi fechada em 2010 e o dinheiro transferido, através de uma complexa montagem financeira, para Singapura.
A conta teria vários milhões de euros e seria alimentada por diversos laboratórios farmacêuticos. Cahuzac, que é milionário, foi cirurgião (medicina estética) antes de optar por uma carreira política.
Jérôme Cahuzac continua a dizer que é inocente e demitiu-se para “melhor se defender” e para “proteger o Governo”, explicou Claude Bartolone, Presidente da Assembleia Nacional francesa.