Ministros europeus aliviam os credores

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Os cinco ministros das Finanças da União Europeia presentes na cimeira do G20 emitiram, de emergência, um comunicado anulando o efeito de tsunami provocado pelo acordo entre Merkel e Sarkozy em outubro.
Com uma nova crise na zona euro, ainda mais grave do que a de 6 de maio, por uma unha negra, os ministros das Finanças do G5 da União Europeia (UE), Alemanha, França, Reino Unido, Espanha e Itália, presentes na cimeira do G20 em Seul, apressaram-se a emitir, hoje, uma declaração comum em que anulam o efeito de quase terramoto do acordo de Deauville entre Merkel e Sarkozy a 18 de outubro.

Recorde-se que, na simpática “rainha das praias” da Normandia, a chanceler alemã e o presidente francês haviam acordado em “envolver o setor privado” nos custos do resgate de defaults no quadro de um futuro mecanismo permanente de estabilização financeira, que será discutido em dezembro na cimeira da UE. Isso gerou o pânico entre os investidores na dívida soberana que sentiram que desaparecia a “almofada” protetora dos contribuintes europeus em caso de “eventos de crédito” (um eufemismo para problemas de incumprimento). O país que mais pagou este stresse entre os investidores foi a Irlanda.

Na declaração de Seul diz-se que “o que se debate na zona euro sobre a participação privada num futuro fundo permanente de estabilidade não afeta de nenhuma forma a dívida pública em circulação, nem se aplica a nenhum fundo vigente”.

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Traduzido para linguagem comum, os investidores nas dívidas soberanas podem respirar de alívio, por ora, pois não vão ver repercutidos, nos títulos de dívida que detém, os custos da Facilidade Europeia de Estabilização Financeira (EFSF, no acrónimo em inglês), com tempo de vida até 2013, criada em maio e dotada de €750 mil milhões, a que, ainda, não recorreram nem a Irlanda, que tem estado com maior stresse financeiro estas últimas semanas, nem Portugal.

Jorge Nascimento Rodrigues / Rede Expresso

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