Moeda de ouro descoberta no fundo do Arade regressa a “casa” 43 anos depois

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Em 1970 foi retirada do rio Arade uma moeda romana, no decurso das dragagens de desassoreamento. A moeda está de volta finalmente a Portimão.

O tesouro mais mediático encontrado até hoje em águas algarvias remonta ao dia 10 de outubro de 1970. Nessa manhã, o diretor da então junta autónoma dos portos do barlavento, Analide Guerreiro, telefonou bem cedo para o seu amigo em Loulé, José Farrajota, membro da associação dos arqueólogos portugueses, delegado da junta nacional de educação e mergulhador experiente. Do outro lado da linha, José Farrajota ouve dizer que a draga que procedia ao desassoreamento do rio Arade havia recolhido pedaços de madeira, pregos de cabeça prismática e uma moeda em ouro da imperatriz Faustina, do século II d.C.

Após uma ausência de 43 anos, esta moeda romana (desiganada “Áureus” de Faustina), volta finalmente a Portimão e ao seu primitivo contexto histórico, depois de ter sido retirada do rio Arade no decurso das dragagens de desassoreamento realizadas em 1970.

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A decisão, autorizada por despacho da Secretaria de Estado da Cultura, foi publicada esta semana em Diário da República e determina que esta moeda cunhada no século II d.C., seja incorporada definitivamente nas coleções do Museu de Portimão, enquanto membro da Rede Portuguesa de Museus com condições adequadas para alojar um objeto deste valor patrimonial e que será exibido na exposição “Portimão – Território e Identidade”.

Este exemplar foi o único no seu género encontrando num conjunto de alguns milhares de moedas recuperadas na sequência daqueles trabalhos de dragagem, juntamente com muitos fragmentos de cerâmica e várias peças em metal, atestando todo esse acervo o importante movimento comercial que existiu na foz do Arade durante o período de influência romana.

Pouco depois da sua descoberta, a moeda cunhada entre os anos de 152 e 156 da nossa era em honra de Faustina Junior, esposa do imperador Marco Aurélio, foi entregue pela então Junta Autónoma dos Portos do Barlavento Algarvio à guarda da Caixa Geral de Depósitos, onde permaneceu até agora.

No anverso, o exemplar apresenta o busto de Faustina à direita, com o cabelo ondulado, apanhado sobre a nuca e a legenda “FAUSTINA AUG. P II AUG FIL”, ou seja, Faustina Augusta Pia, filha de Augusto, título ostentado pelo Imperador em curso, Antonino Pio), ao passo que no reverso está gravada uma pomba caminhando, e a legenda “CONCORDIA”.

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