O incêndio que lavra em Monchique desde sexta-feira continua descontrolado e mantém neste momento duas frentes ativas. Uma em direção a sul e a outra a este, rumo à localidade de São Marcos da Serra, no concelho de Silves.
A Proteção Civil receia que o vento comece a soprar com mais intensidade a partir do meio-dia, o que poderá dificultar bastante o combate às chamas na serra de Monchique.
Em relação às Caldas de Monchique a situação continua “muito crítica”.
As chamas estão a ser combatidas por 1085 operacionais, apoiados por 316 meios terrestres e oito meios aéreos.
Ao início da manhã, a Proteção Civil dava conta que 24 pessoas ficaram feridas durante a última noite, num total de 44 pessoas assistidas devido à inalação de fumo e queimaduras ligeiras. Uma das vítimas é uma idosa de 72 anos que está em estado grave e teve de ser transportada de helicóptero para o Hospital de São José, em Lisboa.
Há relatos de que as chamas que durante a noite não deram tréguas em Monchique destruíram parcialmente algumas habitações na aldeia de Alferce. Mas a Proteção Civil assegura que não tem conhecimento de nenhuma habitação que tenha sido consumida pelas chamas.
A noite passada também foi de sobressalto na vila de Monchique, com várias localidades em redor da vila a terem de ser evacuadas, incluindo um hotel perto das Caldas de Monchique. O fogo cercou praticamente toda a vila, causando muita preocupação entre os moradores. Bombeiros e população não dormiram para proteger os bens e as vidas.
O vento dificultou bastante o trabalho dos bombeiros e há relatos de várias habitações destruídas pelo fogo em vários pontos do concelho.
434 militares no terreno a apoiar o combate aos incêndios
Entretanto, as forças armadas mobilizaram esta manhã para Monchique seis pelotões (sendo cinco pelotões do Exército e 1 da Marinha), e dois destacamentos de engenharia do Exército com uma plataforma e dois tratores lagartas, num total de 130 militares, dos quais 111 são do Exército e 19 da Marinha, com 10 viaturas ligeiras e 18 viaturas médias. Estes militares juntam-se a outro que já tinham sido deslocados para a serra algarvia, num total de 434 militares no terreno.
Esta nova mobilização de militares para a região de Monchique surge no seguimento de um pedido da ANPC que tem como objetivo assegurar em específico ações de rescaldo pós incêndio.
NC|JA