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Júlio Carrapato, professor universitário, anarquista, tradutor, livreiro e editor, morreu esta terça-feira em Faro, aos 69 anos. O funeral realiza-se esta sexta-feira, às 14h00, no cemitério da capital algarvia.
“Morre uma das vozes mais inconformadas e irreverentes do anarquismo português do pós-25 de Abril, capaz das maiores polémicas em torno dos valores do anarquismo – e da necessidade de separação de águas relativamente ao marxismo e aos vários esquerdismos que gravitavam à sua volta – mas sempre fortemente solidário com todos os que se reivindicavam da prática anarquista pura e dura, sem quaisquer cedências ao politicamente correcto”, escreve o ‘Portal Anarquista’.
Júlio Carrapato esteve ligado ao grupo “Acção Directa”, nutrindo especiais relações de proximidade com elementos deste grupo forjadas em Paris, onde vários dos seus elementos estiveram refractários à guerra colonial. Posteriormente, pertenceu ao grupo “Apoio Mútuo”, de Évora, onde foi professor nos primeiros tempos da Universidade.
Mais tarde criou o jornal “O Meridional”, um dos ícones da imprensa libertária pós 25 de Abril.
Regressou a Faro, de onde era natural, onde abriu a livraria e as edições Sotavento. Entretanto, traduziu diversos clássicos da literatura anarquista.
Há alguns anos tinha sido operado a um cancro do pulmão.
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