O autor moral dos atentados de Paris morreu. A informação foi confirmada esta tarde pelo procurador da república francês, François Molins.
De acordo com o responsável, Abdelhamid Abaaoud foi morto durante a operação policial que ocorreu na quarta-feira num apartamento em Saint-Denis, nos subúrbios de Paris. Foi através das impressões digitais que o jovem jiadista foi identificado
“O corpo encontrado no interior do edifício estava crivado de balas”, explicou o procurador, não descartando contudo que Abdelhamid Abaaoud também se tenha feito explodir.
François Molins confirmou ainda que a mulher que se suicidou com um cinto de explosivos durante a operação policial era prima de Abdelhamid Abaaouds. Chamava-se Hasna Aitboulahcen e tinha 26 anos.
Falando aos jornalistas após a operação em Saint-Denis, o procurador francês explicara na quarta-feira que as informações conseguidas pelas autoridades – através de escutas telefónicas e de operações de vigilância – é que conduziram a polícia àquele apartamento.
As autoridades acreditavam que este jovem jiadista, de 28 anos, se encontrava no quartel-general do Daesh, em Raqqa, na Síria. Abdelhamid Abaaouds conseguiu fintar por várias vezes a polícia e gabava-se disso, numa entrevista à “Dabiq” – a revista de propaganda do autodenominado Estado Islâmico (Daesh). Esta foi só mais uma vez. Desconhece-se assim quando o terrorista terá regressado à Europa.
Desde 2013 que Abdelhamid Abaaoud estava a ser seguido pelas autoridades, devido à sua forte atividade jiadista nas redes sociais, após ter-se juntado aos combatentes do Daesh na Síria.
O jovem era considerado um dos terroristas belgas mais importantes do Daesh. O seu nome já constava das investigações aos ataques frustrados num TGV entre Amesterdão e Paris, a 21 de agosto, e numa igreja em Villejuif, a 19 de abril.
As autoridades acreditavam que Abaaoud estaria na Grécia a comandar as operações da célula islamita de Verviers, no leste da Bélgica.
Em julho, Abdelhamid Abaaoud foi condenado, à revelia, a 20 anos de prisão, num tribunal belga por angariar jovens para o Estado Islâmico.
Liliana Coelho (Rede Expresso)