Mudanças no Governo turco deixam povo insatisfeito

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A oposição contesta a remodelação radical ontem anunciada pelo primeiro-ministro da Turquia. Após um escândalo de corrupção que levou ao pedido de demissão de três governantes, Recep Tayyip Erdogan afastou mais de metade dos seus principais ministros, quase metade dos 25 nomes que compõem a sua equipa.

Com o povo turco a exigir uma mudança e a pressionar o próprio Erdogan, o chefe do Governo da Turquia reuniu-se com o Presidente e anunciou a substituição dos ministros do Interior, da Economia, do Ambiente, dos Assuntos Europeus, da Justiça, dos Transportes, da Família, do Desporto e da Indústria, e ainda o vice-primeiro-ministro.

A oposição já se manifestou, acusandoTayyip Erdogan de querer governar através de um “Estado profundo” secreto, que recorre ao reforço do controlo sobre a polícia.

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A remodelaçção acontece após o pedido de demissão apresentado por três ministros, após os seus filhos terem sido presos ou detidos temporariamente, acusados de vários crimes, entre os quais corrupção, branqueamento de capitais e tráfico de ouro. O ex-ministro do Ambiente, Erdogan Bayraktar – um dos que se demitiu – chegou mesmo a aconselhar Recep Erdogan a seguir-lhe as pisadas.

Bayraktar afirmou que o primeiro-ministro lhe pediu para que se demitisse e que fizesse uma declaração de forma a retirar pressão sobre o governo, mas Bayraktar não gostou, recusou fazer tal declaração e recomendou que Erdogan saísse também, “para deixar a população mais confortável”.

Os ministros da Economia e do Interior pediram também a demissão. Os filhos dos três governantes foram detidos numa ação policial que entre a lista de detidos incluiu o presidente de um banco público, vários burocratas e empresários conhecidos.

A investigação da Procuradoria-Geral de Istambul durou dois anos e acabou com acusações de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de ouro e de pagarem subornos.

Nas ruas, a polícia teve de usar gás lacrimogéneo para dispersar uma manifestação com cerca de cinco mil pessoas nas ruas de Istambul que exigiam a demissão do primeiro-ministro.

Mafalda Ganhão (Rede Expresso)

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