Municípios querem estudo de impacte ambiental para nova barragem na Foupana

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Os municípios do Algarve vão solicitar a convocação de uma Assembleia-geral da Águas do Algarve para dar início aos “procedimentos necessários” à realização do “estudo de impacto ambiental para a construção da barragem de Foupana”, no sotavento algarvio.
A decisão dos municípios foi hoje anunciada num comunicado da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), após uma reunião onde foram discutidos “os futuros investimentos e passos a dar para reforçar a distribuição e correta utilização da água no sul do país”, no âmbito do Conselho Intermunicipal da AMAL.
A construção de uma barragem na Foupana, ribeira afluente do rio Guadiana e que percorre o nordeste algarvio através dos concelhos de Loulé e de Alcoutim, permitiria juntar uma nova represa ao sistema de reserva de água que serve na atualidade o sotavento (este) e que conta com duas barragens, a de Beliche e a de Odeleite.
“Neste encontro foi decidido promover uma reunião da assembleia geral das Águas do Algarve para, entre outros temas, avançar-se com os procedimentos necessários para o estudo de impacto ambiental para a construção da barragem de Foupana”, destacou a AMAL.
A mesma fonte anunciou ainda que foi também decidido avançar “com a concretização do estudo de viabilidade técnica, económica e financeira para a construção de uma central de dessalinização”, mas sem especificar a localização.
“Estes passos surgem após os investimentos que os municípios têm feito nesta área e que agora pretendem reforçar, através de um plano mais alargado e que prevê promover a reutilização das águas residuais das várias ETAR [Estações de Tratamento de Águas Residuais], a redução de perdas na rede e o desenvolvimento de campanhas de sensibilização junto dos consumidores”, salientou a AMAL.
A reunião do Conselho Intermunicipal da AMAL permitiu também, revelou a mesma fonte, nomear Osvaldo Gonçalves, presidente da Câmara de Alcoutim, como representante das autarquias algarvias no “grupo de trabalho recentemente criado para as questões relacionadas com a água” e que inclui “responsáveis ministeriais” da Agricultura, do Turismo, dos municípios e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
A associação de municípios do Algarve recordou o papel “pioneiro” que teve na elaboração do “Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas da AMAL (PIAAC-AMAL)” e na identificação das “principais vulnerabilidades climáticas e estratégias a adotar para a região” para fazer frente à escassez de água resultante da seca e das alterações climáticas, que se fazem sentir em toda a região, mas de forma mais acentuada no sotavento.
Em 23 de dezembro, o presidente da AMAL apelou aos 16 municípios do Algarve para adotarem “medidas de curto prazo para a mitigação das alterações climáticas”, na sequência de uma reunião que tinha juntado autarcas, o vice-presidente da APA, Pimenta Machado, e Joaquim Peres, em representação da Águas do Algarve, entidade gestora do sistema multimunicipal de água da região.
António Miguel Pina, que acumula as presidências da AMAL e da Câmara de Olhão, qualificou como “preocupante” a situação de seca que afeta o Algarve e considerou, na ocasião, que os municípios devem “ser proativos” e implicar-se no combate às perdas de água, na mudança de hábitos de consumo ou na reutilização das águas residuais para usos urbanos e de rega.
“Chova muito ou não, esta questão não pode ser abandonada. Cabe-nos, a nós autarcas, fazer o que estiver ao nosso alcance para pôr em prática soluções que possam, a curto prazo, minimizar os efeitos da seca”, considerou então o presidente da Câmara de Olhão.

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