Museu da Cortiça dá sinais preocupantes de degradação

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A vereação socialista na Câmara Municipal de Silves reafirmou esta semana a sua preocupação com o estado de abandono e degradação em que se encontra o Museu da Cortiça e propõe que o executivo social-democrata faça “todos os esforços para o preservar”.

O espaço do Museu da Cortiça, na cidade de Silves, foi invadido por ervas daninhas e apresenta atualmente um avançado estado de degradação. A água e luz estão cortadas – porque o museu encerrou há cerca de quatro anos – e ninguém sabe se, nem quando, voltará a abrir.

Segundo os especialistas, o espaço que agora se encontra ao abandono conserva o maior espólio sobre a cortiça existente em Portugal.

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O museu chegou mesmo a receber, em 2001, o prémio de Melhor Museu Industrial da Europa e chegou a ter 100 mil visitantes por ano, mas acabou por fechar devido às dificuldades financeiras da Fábrica do Inglês, onde está integrado. Desde então, a única mudança foi a classificação da fábrica como imóvel de interesse municipal, pela câmara, mas isso não impediu o completo abandono do espaço.

No final do mês passado, o estado de degradação do Museu da Cortiça de Silves voltou a ser notícia nos órgãos de comunicação social do país. O antigo diretor do museu apresentou à GNR uma queixa-crime pelos sucessivos furtos no complexo e está preocupado com a possibilidade de o museu ser vandalizado.

Construída sobre uma antiga fábrica de cortiça, a Fábrica do Inglês, complexo de animação turística fundado em 1999, albergava o Museu da Cortiça e espaços de restauração e espetáculos, mas faliu e ainda não foi declarada a insolvência.

“O cenário encontrado foi dantesco”

Já este mês, a vereação da Câmara de Silves deslocou-se ao empreendimento Fábrica do Inglês para se inteirar do estado de degradação em que o mesmo se encontra.

“Confirmam-se os piores receios. O espólio do museu e da Fábrica encontra-se espalhado por vários lugares da freguesia de Silves; desconhecem-se ao certo a identificação de todas as peças que, fazem ou fizeram parte do espólio; existência de um protocolo que permitiu a transferência provisória de parte de espólio para o Arquivo Distrital de Faro, sem que se conheça a data do regresso, nem tal se vislumbra possível, pelo menos de momento; furto de material e equipamento, tendo já sido apresentada uma queixa-crime na GNR”, denunciam os vereadores do PS/Silves.

Segundo os socialistas, “o cenário encontrado foi dantesco, com matérias em decomposição, casas abandonadas, tendas destruídas, enfim, um museu premiado internacionalmente entregue às vicissitudes do desgaste do tempo”.

Confrontada com esta realidade, a vereação socialista propôs e foi aprovado por unanimidade que a câmara municipal, como acionista, atuasse de imediato, convocando uma assembleia dos acionistas da Sociedade Fábrica do Inglês, “para que seja encontrada uma solução, tendo em conta que os bancos credores devem ser contactados pela autarquia, para estarem presentes, tanto mais que o local abriga um museu de interesse municipal, premiado internacionalmente, apetrechado com o património de uma comunidade que, importa a todo o custo preservar”.

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