NASA procura amostras lunares perdidas

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NASA tenta recuperar o rasto de centenas de amostras recolhidas no espaço e cedidas temporariamente a outros centros de investigação e personalidades.

A NASA, conhecida pelo seu papel essencial na descoberta espacial, tem como prioridade investigar os mundos que se escondem além das fronteiras da Terra e desvendar os mistérios do Universo. Mas agora a agência espacial norte-americana dedica-se a uma outra missão, um pouco mais terrestre: encontrar cerca de 517 amostras trazidas do espaço e entretanto perdidas, entre as quais fragmentos lunares.

Num relatório, a NASA informa que estas amostras, que incluem também pedaços das superfícies de meteoritos, asteroides e de Marte, são cedidas para exposições e para estudos a outros centros de investigação, ou oferecidas a líderes americanos e internacionais, acabando por se perder o rasto a estas riquezas extraterrestres.

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A recuperação das amostras perdidas está a ser realizada em parte por Joseph R. Gutheinz, um agente sénior que em tempos trabalhou no gabinete do inspetor-geral da NASA e conseguiu encontrar dezenas de fragmentos da superfície da Lua desaparecidos, alguns deles oferecidos aos governadores do Colorado, Missouri e West Virgínia.

“Se alguém oferece um pedaço da Lua a um governador e ele o perde, mostrando que não consegue proteger algo desta importância, talvez essa pessoa não seja muito cuidadosa”, refere ao “The New York Times” Joseph R. Gutheinz, que ganhou a alcunha de “caçador de rochas lunares”.

Contrabando espacial

Amostras espaciais roubadas ou perdidas acabam muitas vezes por ser vendidas no mercado negro. Em 1998, Joseph R. Gutheinz usou um anúncio num jornal para atrair um vendedor, que lhe pediu 3,8 milhões de euros por uma rocha lunar roubada nas Honduras. O mesmo acontece com o equipamento utilizado nas missões espaciais, o que já valeu algumas ações disciplinares e judiciais aos astronautas que tentam vender este tipo de materiais.

No levantamento realizado pela NASA, descobriu-se que 11 dos 59 centros de investigação na área de Houston e Washington, aos quais foram emprestadas amostras vindas do espaço, não sabiam do seu paradeiro, desconhecendo-se também a localização de objetos de estudo cedidos a 12 investigadores que morreram ou mudaram de localidade sem nunca os devolverem.

Segundo o relatório da agência espacial, estes casos mostram que o Centro Espacial Johnson, responsável pela coleção de mais de 163 mil amostras espaciais da NASA, não tem controlo sobre os empréstimos, registando apenas aqueles que se destinam aos centros de investigação e deixando de fora as amostras cedidas a dirigentes.

A par da Rússia, os Estados Unidos foram os precursores da corrida ao espaço, que teve início no final da década de 1950. A NASA enviou o primeiro homem para a Lua em 1969 e desde então várias outras missões Apollo dirigiram-se ao satélite natural da Terra com vista à sua investigação.

JA/Rede Expresso
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