NATO diz que Europa vive clima mais perigoso desde a II Guerra Mundial

“Não devemos assustar nem exagerar, mas temos de deixar claro que estamos a viver a situação mais perigosa na Europa desde a II Guerra Mundial”

ouvir notícia

O secretário-geral da NATO, o norueguês Jens Stoltenberg, afirmou que a Europa está a viver o seu momento mais perigoso desde a II Guerra Mundial devido à guerra na Ucrânia.

“Não devemos assustar nem exagerar, mas temos de deixar claro que estamos a viver a situação mais perigosa na Europa desde a II Guerra Mundial”, disse Stoltenberg na abertura do acampamento de verão da Juventude Trabalhista em Utøya, Noruega.

O ex-primeiro-ministro norueguês considerou ainda que uma vitória russa causará maior instabilidade na segurança global e disse que a intervenção militar de Moscovo é um ataque à atual ordem mundial.

- Publicidade -

O Presidente russo, Vladimir “Putin acha, na sua cabeça confusa, que pode decidir o que a Ucrânia deve fazer. Não tem o direito de decidir o que as ex-repúblicas soviéticas devem fazer. Se fizer a um país da Aliança Atlântica o que fez na Ucrânia, toda a NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] se mobilizará nesse momento”, garantiu.

A ilha de Utøya foi palco, em 11 de julho de 2011, de um massacre cometido pelo norueguês de extrema-direita Anders Behring Breivik, no qual 69 pessoas morreram.

Breivik colocou também um carro-bomba no complexo do Governo de Oslo, provocando oito mortos.

Depois dirigiu-se a Utøya, onde estava reunido o acampamento anual da Juventude Trabalhista, onde executou, durante mais de uma hora, aqueles que considerava defensores do multiculturalismo e uma ameaça à Noruega.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 17 milhões de pessoas das suas casas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de dez milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa II a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada por Vladimir Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU confirmou já a morte de mais de 5.300 civis morreram e de mais de 7.200 feridos na guerra, sublinhando que os números reais deverão ser muito superiores, mas que só serão conhecidos quando houver acesso a zonas ocupadas ou sob intensos combates.

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

1 COMENTÁRIO

  1. Os tempos sombrios que vivemos têm uma característica muito peculiar: a de que os acontecimentos ocorrem a uma velocidade que ultrapassa, em muito, a medida do homem, a sua capacidade de reacção e de os controlar, mercê de condições que o próprio homem gerou e de que lhes perdeu totalmente o controlo.

    Desde sempre, a contrapor a um verso, existiu um reverso, a uma acção, uma reacção, só que, nos dias que vivemos, tudo esta dialéctica ascendeu, meteoricamente, a valores exponenciais que transformou aquilo que, dantes, eram consequências localizadas em potenciais Apocalipses, à escala mundial e num espaço de tempo ínfimo.

    A Primeira e Segunda Guerras Mundiais, mesmo tendo decorrido num cenário de utilização de armas convencionais, saldaram-se por horríveis morticínios de muitas dezenas de milhões de vítimas e mais uns tantos milhões de estropiados, mental e fisicamente.
    Todos nos recordamos do neologismo ‘gaseado’, com o sentido de mentalmente afectado, originada da primeira daquelas guerras, sequela devida à inalação de gases dos ataques com ‘gás de cloro e gás mostarda’, altamente mortíferos.

    Toda a realidade que acima menciono seria um mero ‘aperitivo’ – permita-se-me o abuso da comparação –, perante um conflito actual à escala global, num mundo onde a letalidade potencial nunca foi tão elevada e rápida, como nos dias que correm, e onde, decididamente, não haveria vencedores nem vencidos e as consequências seriam dantescas, pela primeira e última vez dantescas.

    Acresce que a existência de algumas mentes visivelmente perturbadas, intratáveis e notoriamente desequilibradas, como a do líder da Coreia do Norte, assim como as pretensões czaristas e imperiais do autocrata que dirige os destinos da Rússia, não auguram nada de bom.
    A par disso, a crise actual de políticos de estatura, na direcção dos principais países, no cenário do mundo, é, por demais, evidente, a par do emergir de algumas potências, em que é notório o ressabiamento de séculos de subalternidade, sendo que já disseram claramente ao que vieram, isto é, declarar luta mortal às democracias do chamado Mundo Livre, que, apesar de todos os seus defeitos, permite aos cidadãos serem livres de ter e exteriorizar a sua própria opinião sem temerem ser presos, torturados ou pior ainda …

    O que aqui descrevo não são meros lugares comuns, mas realidades pulsantes que devem interpelar cada um de nós, porque a catástrofe pode estar, à espreita, ao dobrar da esquina, para mais com notícias com a que veio agora a lume – 07/08 – de o mentecapto da Coreia do Norte, cujo povo sofre a mais degradante miséria, disponibilizar 100.000 voluntários para integrar as forças russas, na guerra contra a Ucrânia, o que poderia conduzir o conflito para níveis impensáveis.

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.