Necessários mais recursos para diminuir violência escolar

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O presidente da Associação Nacional de Professores (ANP), João Grancho, considerou hoje que a prevenção deve ser a aposta para diminuir a violência nas escolas, mas lembrou que para isso são precisos “recursos especializados” para acompanhar os alunos.

“Considero que prevenir é a melhor atitude. Para isso são precisos recursos, para fazer o acompanhamento especializado dos alunos desde o pré-escolar. É necessário que a escola se reforce com outros técnicos que não sejam os professores”, observou o responsável, em declarações à Lusa.

João Grancho comentava, assim, os dados do programa Escola Segura, divulgados na sexta-feira, que revelam que o número de agressões a professores e funcionários aumentou quase 40 por cento em 2008/09, face ao ano letivo anterior, enquanto em relação aos alunos registou-se uma diminuição de 21,8 por cento.

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De acordo com os números do Ministério da Educação, registou-se uma redução de 15 por cento do número total de ocorrências, que passaram de 6039 para 5134, entre os anos letivos de 2007/08 e 2008/09.

O presidente da ANP defende que o relatório dá “uma perspetiva positiva em relação ao futuro”, já que “o número total de ocorrências diminuiu”.

No entanto, sustenta que o aumento das “situações mais graves”, nomeadamente a agressão a professores e funcionários, “não pode ser ignorado”.

Salientando que “a tolerância em relação à violência deve ser zero”, João Grancho frisou que ainda há muito a melhorar na perspetiva punitiva do problema.

“As respostas existentes são insuficientes. O aluno violento vê aplicada a sanção, mas raramente é fornecido acompanhamento para alterar os seus comportamentos. Neste aspeto deve haver um envolvimento institucional mais forte, abrangendo também as famílias”, afirmou.

Os dados da Escola Segura relativos ao ano letivo 2008/2009 levam João Grancho a considerar que “nos estamos, agora, a aproximar da realidade” relativamente às agressões a professores e funcionários.

“A denúncia ocorre com mais frequência”, observa, lembrando que em 2006, quando a ANP criou a Linha SOS Professor, para receber denúncias de violência escolar, “o ambiente não era favorável à abordagem destas questões”.

ACG.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico ***

JA/Lusa

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