A presidente da Junta de Freguesia da Altura, no concelho de Castro Marim, garantiu ao Jornal do Algarve que não vai demitir-se do cargo, tal como tinha sido pedido pelo PS, partido pelo qual tinha sido eleita e que a acusou de “traição política”.
“Não me demito, porque fui eleita democraticamente e por maioria absoluta pela população. Não fui eleita para servir qualquer partido político, mas sim para servir as pessoas e é isso que vou continuar a fazer”, afirmou Nélia Mateus.
O PS de Castro Marim retirou-lhe a confiança política, depois da autarca ter aceite o cargo de adjunta do presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral (do PSD).
Em comunicado, o PS de Castro Marim recordou que Nélia Mateus foi eleita para o cargo de presidente daquela junta de freguesia “na condição de independente”, mas frisou que “ao abrigo de uma candidatura coletiva da responsabilidade do Partido Socialista”.
“Se me demitisse é que estaria a trair a população que me elegeu”, considerou Nélia Mateus, reafirmando que foi eleita pelas pessoas e garantindo que, apesar de estar na Câmara Municipal, continuará “a lutar pelos interesses dos alturenses”.
E, ainda em relação à retirada da confiança política, Nélia Mateus questiona: “Nunca senti que confiassem em mim. Como podem retirar-me uma coisa que nunca me deram?”
Os socialistas acrescentaram no seu comunicado que a autarca “algumas vezes, não respeitou a vontade da maioria dos seus pares, tendo mesmo votado conjuntamente com a bancada do PSD, contrariando a estratégia e vontade emanadas pela força política que deveria respeitar”. E chegaram mesmo a acusar a presidente da Junta de ter contribuido, com a sua votação, para os aumentos das taxas de IMI e de IRS.
Para Nélia Mateus, trata-se de “um conjunto de mentiras para confundir os castro-marinenses”.
“Nem o IRS nem o IMI vão sofrer qualquer aumento, como resultado da minha votação; tudo foi aprovado exatamente como no ano passado”, explica Nélia Mateus, frisando que no ano anterior o valor das taxas tinha sido aprovado por unanimidade, ou seja, também com os votos dos eleitos pelo PS.
“Qualquer castro-marinense pode confirmar esta realidade nas atas. Como pode a comissão política do PS, falar de valores éticos, morais e honestidade intelectual quando toma a iniciativa de lançar para a rua um comunicado de baixo nível, alicerçado em mentiras, tentando denegrir a imagem de uma pessoa que se sacrificou seis anos a trabalhar, ao lado do PS, mesmo num clima de desconfiança sem qualquer reconhecimento ou apoio?”, questiona a autarca.
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