Nicolas Sarkozy e Marine Le Pen à frente de François Hollande

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A seis dias do primeiro aniversário da sua eleição para o Eliseu, François Hollande seria eliminado logo na primeira volta se fossem realizadas hoje presidenciais antecipadas.

François Hollande e os socialistas franceses não têm razões para festejar com alegria o primeiro aniversário da vitória nas eleições presidenciais de seis de maio de 2012.

Uma sondagem do instituto CSA revela que, se tivessem lugar, hoje, novas eleições, o chefe de Estado francês seria batido logo na primeira volta pelo seu antecessor, Nicolas Sarkozy, e pela líder da extrema-direita, Marine Le Pen.

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De acordo com o estudo, Sarkozy alcançaria 34% dos votos, Marine Le Pen 23%, Hollande 19% e o chefe da esquerda não socialista, Jean-Luc Mélenchon, 12%. Em relação aos resultados das eleições de há um ano, o ex-presidente perderia nove pontos, Sarkozy ganharia sete, Marine Le Pen seis e Mélenchon um ponto.

Hollande atacado por todos os lados

Um ano depois de ser eleito, François Hollande é atacado por todos os lados – pela esquerda, pela direita, pelos sindicados e, até, por muitos dirigentes socialistas, entre eles o Presidente da Assembleia Nacional (AN), Claude Bartolone.

O Presidente da República vai conhecer um mês de maio difícil devido a manifestações de protesto organizadas pela esquerda e pela direita.

Os desfiles tradicionais do dia primeiro de maio serão de forte contestação ao poder socialista e no domingo seguinte, dia cinco, decorrerão em Paris duas novas manifestações, uma da esquerda e outra da direita. A esquerda não socialista, apoiada por ecologistas e, até, por socialistas, vai manifestar contra a austeridade e contra a “política de direita” do Governo.

Pelo seu lado, a direita desce novamente à rua a pretexto do combate à lei sobre o casamento “gay” e a adoção de crianças por casais homossexuais, recentemente aprovada na AN mas ainda não promulgada.

Poder socialista desnorteado

Devido à crise, à diminuição do poder de compra e ao aumento do número de desempregados, que atinge um recorde histórico absoluto (3.224 milhões de pessoas sem trabalho), François Hollande é atualmente contestado por dezenas de deputados socialistas, diversos ministros e pelo Presidente da AN.

François Hollande não consegue impor ordem na “casa socialista” e, com a direita e a esquerda a atacá-lo na rua, a presidência e o Governo parecem um pouco desnorteados.

Claude Bartolone, que pretenderá ser nomeado chefe do Governo numa possível remodelação nos próximos meses, defende uma viragem à esquerda na política do Governo e “um confronto” da França com a Alemanha sobre a política de austeridade na União Europeia.

No próprio PS, a contestação às orientações de François Hollande ganha adeptos. O partido do chefe do Estado emitiu há dias um comunicado muito crítico em relação à chanceler Ângela Merkel que provocou tensão entre os dois países.

Devido a pressões do Presidente e do chefe do Governo, o comunicado foi corrigido à última hora mas alguns socialistas transmitiram-no na sua versão inicial à imprensa, provocando enorme polémica em França e muito desconforto no poder.

Daniel Ribeiro (Rede Expresso)
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