Noite de confrontos em Paris depois de ‘manif’ contra casamento ‘gay’

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A imponente praça dos Inválidos foi transformada durante três horas num autêntico campo de batalha no fim de mais uma gigantesca manifestação em Paris contra a lei do casamento ‘gay’ e da adoção.

Os confrontos, muito violentos, apenas terminaram cerca da meia noite e envolveram perto de mil jovens e centenas de agentes das forças policiais antimotim. 280 manifestantes radicais foram detidos durante os incidentes que eclodiram logo que terminou a manifestação que reuniu um milhão de pessoas, segundo a organização, e 150 mil, segundo a policia.

Apesar da lei que permite o casamento ‘gay’ e a adoção de crianças por casais homossexuais já ter sido promulgada há oito dias, a mobilização para o protesto de ontem foi significativa. Com esta nova demonstração de força, os franceses anti-casamento ‘gay’ realçaram que a França continua dividida sobre o assunto, sobretudo em relação à adoção. “Uma família é um pai e uma mãe” e “não destruam a base da nossa civilização”, foram algumas das palavras de ordem que mais se ouviram durante a manifestação.

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À noite, durante os confrontos, alguns jovens, encapuzados ou com capacetes e armados com paus, pedras e barras de ferro, diziam que a França vive atualmente numa “ditadura socialista”. As forças da polícia, que responderam aos constantes ataques dos militantes radicais com gazes lacrimogéneos e matracas, receavam incidentes e tinham sido por isso consideravelmente reforçadas – 4500 agentes tinham sido mobilizados para garantir a segurança durante o dia e a noite.

Já no sábado à noite, na véspera da manifestação, algumas dezenas de jovens tinham sido presos depois de terem provocado incidentes nos Campos Elísios, igualmente em Paris. O Governo acusou os jovens envolvidos nos confrontos de estarem ligados a grupos radicais da extrema-direita e os organizadores da imensa manifestação, que reuniu milhares de famílias, muitas crianças e idosos e que decorreu pacificamente durante toda a tarde, também de distanciaram do que chamaram “elementos provocadores”.

Curiosamente, enquanto ontem à noite decorriam os confrontos na esplanada dos Inválidos, a poucas centenas de metros, num dos cantos da mesma praça, algumas centenas de pessoas acendiam velas, rezavam, cantavam e recitavam poesia em mais uma vigília contra a nova legislação sobre o casamento e a adoção.

Daniel Ribeiro (Rede Expresso)
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