“Noites d’Encanto” estão de regresso a Cacela Velha

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A partir da próxima sexta-feira (dia 13), e até ao domingo (dia 15), a localidade de Cacela Velha volta a encher-se de sons, cheiros, cores e tradições do Mediterrâneo com mais uma edição do evento “Noites d’Encanto”.

Durante três dias, os múltiplos recantos desta vila histórica do concelho de Vila Real de Santo António irão receber coloridos mercados (souk), salões de chá, ‘workshops’, exposições, dança e música, recriando a tolerância e a convivialidade da história do antigo al-Andalus.

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Nesta edição estarão em destaque as músicas do Gharb al-Andalus, assim como as sonoridades e dança oriental. A iniciativa reserva ainda espaço para a declamação de poesia luso-árabe e integra uma exposição de instrumentos de música árabe (no pátio da Casa do Pároco).

Com a Ria Formosa como pano de fundo, o evento revisita os tempos em que a população moura tinha um importante peso no sul do território, cujas marcas ainda hoje estão presentes nos hábitos, nos costumes e nas paisagens.

Ao longo de todo o fim de semana, dezenas de artesãos de diferentes culturas irão mostrar aos milhares de visitantes as suas tradições, trazendo produtos tão diversos como tapetes, acessórios de decoração, chás e especiarias. Nas “Noites d’Encanto” a gastronomia também terá um espaço de relevo, com alguns clássicos da cozinha marroquina, como ‘couscous’, espetadas e ‘kebab’.

Como vem sendo hábito, o Cemitério Antigo de Cacela Velha voltará a converter-se num salão de chá e de jogos de tabuleiro islâmicos, que representam uma das faces lúdicas da atividade humana, desde tempos imemoriais, cujo legado nos foi deixado por cristãos e árabes.

As “Noites d’Encanto” são uma organização conjunta da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, através do Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela (CIIPC), da Ibérica – Eventos e Espetáculos e da Associação de Defesa do Património de Cacela (Adrip). A entrada é gratuita.

Um pouco de história

O Mediterrâneo, e os territórios que em torno dele se organizam, teve sempre a capacidade de atrair gentes de diferentes culturas e credos e a localização geográfica do Algarve – o antigo Gharb – facilitou, desde a antiguidade, as trocas culturais e comerciais.

Cacela, importante núcleo urbano durante este período, foi um relevante ancoradouro integrado nesta densa rede de ligações, cujos barcos que ali aportavam, vindos do Levante, traziam novas modas, produtos e costumes.

Após a reconquista, ocorrida no século XIII, as marcas da presença da população moura no sul do território continuaram a refletir-se nos hábitos, costumes e paisagens, sendo ainda hoje possível observar marcas dessa época de esplendor.

São esses tempos que serão revisitados, ao longo de três dias, nas ruas de Cacela Velha.

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