O novo relatório “Out of the Blue: The Value of Seagrasses to the Environment and to People”, lançado esta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, alerta para a necessidade das pradarias marinhas serem protegidas uma vez que “são importantes sequestradores de carbono”, anunciou o Centro de Ciências do Mar.
As pradarias marinhas continuam em declínio em todo o planeta e são soluções eficazes no combate às alterações climáticas, servindo de habitat para muitas espécies.
Segundo o relatório, desde os finais do século XIX, quase 30% da área conhecida das pradarias marinhas do mundo desapareceu, ameaçando assim os escoamentos urbanos, industriais e agrícolas, o desenvolvimento costeiro, as dragagens, a pesca não regulamentada, as atividades náuticas e as alterações climáticas.
“Portugal perdeu extensas áreas de pradarias marinhas durante as últimas décadas, e com isso perdemos também os seus benefícios, como o apoio à pesca e o sequestro de carbono”, revelou a investigadora do Centro de Ciências do Mar, na Universidade do Algarve, Carmen Santos.
O grupo de investigação do centro foca os seus estudos nos benefícios ambientais que as pradarias marinhas fornecem, especialmente no que se refere à sua contribuição na mitigação das alterações climáticas através do sequestro de carbono.
“Manter a saúde dos ecossistemas de ervas marinhas – que fornecem alimentos e meios de subsistência a centenas de milhões de pessoas, apoiam a rica biodiversidade e constituem uma das reservas de carbono mais eficientes do planeta – é importante para uma vida marinha e humana saudável em todo o mundo”, afirma Susan Gardner, diretora da divisão de ecossistemas.