A pandemia de covid-19 não acabou. Nas últimas semanas a informação sobre a doença não tem tido tanto destaque como antes, devido à invasão da Ucrânia pela Rússia e recentemente pelos incêndios que deflagraram em Portugal. No entanto, os números têm aumentado, a um ritmo nunca antes visto.
Com o avançar da pandemia de covid-19 e os bons números de vacinação, o Governo português decidiu levantar algumas das restrições, sempre a correr o risco evidente do aumento de casos e de mortes relacionadas com a doença do novo coronavírus.
Tal como era previsto, o número de casos das semanas seguintes à época do Natal e do Ano Novo aumenta. Nos meses de janeiro e de fevereiro de 2021 e 2022 os casos e as mortes na região algarvia aumentaram, mas comparando o ano anterior com o atual, o número de óbitos desceu das centenas para as dezenas, como resultado da vacinação. Já em relação a infeções, o número aumentou exponencialmente devido ao relaxamento da população em relação à covid-19. Em janeiro de 2021 houve 9540 casos do novo coronavírus e 139 mortes, enquanto no mesmo mês deste ano houve 42.345 casos e 47 óbitos.
O mês de janeiro de 2022 ficou marcado pelo alívio de restrições nas discotecas e bares, caindo a necessidade de apresentação de teste negativo ou de certificado digital. Em relação às máscaras, apenas os empregados eram obrigados a usá-las.
Já o mês seguinte apresentou algumas melhorias no Algarve, com 2860 casos e 129 mortes em fevereiro de 2021 e 32.649 infeções e 57 óbitos no mesmo mês deste ano. No entanto, o mês de fevereiro de 2022 ficou marcado por mais uma vaga de levantamento de restrições pelo Governo português, com o fim do confinamento de contactos de risco, da recomendação do teletrabalho, do limite de lotação em estabelecimentos, da exigência de certificado digital e de teste negativo para acesso a grandes eventos, recintos desportivos, bares e discotecas.
A partir daí, os números de casos de covid-19 em 2022 mantiveram-se sempre nas dezenas de milhar por mês na região Algarvia, enquanto que as mortes aumentavam exponencialmente no Algarve.
Em março de 2021 houve 580 casos de covid-19 e 14 mortes na região, enquanto este ano, na mesma época, foram registados 24.104 infeções e 41 óbitos, como resultado do relaxamento da população e do levantamento das restrições.
No mês seguinte, no ano de 2021, haviam 994 infeções do novo coronavírus no Algarve e quatro mortes, enquanto na mesma data, mas este ano, houve 13.099 casos e 31 óbitos, registando-se uma descida relativamente a março. No dia 23 de abril foi decretado o fim do uso obrigatório da máscara.
Em maio de 2021 foram registados no Algarve 617 casos e cinco óbitos na região algarvia, enquanto este ano houve 24.432 infeções e 39 óbitos, com um aumento em relação a abril.
Por último, em junho do ano passado existiam 2203 infeções de covid-19 e dois óbitos, enquanto este ano, no mesmo mês, registaram-se 19.354 casos e 40 mortes.
Os números de infeções e de óbitos por covid-19 têm sofrido um aumento nos últimos meses em todo o território nacional, tal como os internamentos nos hospitais nacionais, as reeinfeções e o tratamento das sequelas da doença.
Atualmente, apenas é necessário usar máscara de proteção individual dentro dos transportes públicos, em estabelecimentos de saúde e em locais frequentados por pessoas vulneráveis como lares de idosos.
A vacinação contra a covid-19 continua por todo o país, com a administração de doses de reforço, prevendo-se que no inverno deste ano os mais idosos recebam uma nova dose, a partir dos 80 anos.
Durante o atual mês de julho, este ano os números já contabilizam cerca de nove mil casos em pouco mais de duas semanas, com o número de infeções diárias na casa das centenas e os internamentos perto das 100 camas, com cerca de uma dezena em unidade de cuidados intensivos (UCI).
Até à semana passada, o concelho de Loulé mantinha-se no topo da lista da região, com um número cumulativo de casos de 35.646 e 152 mortes desde o aparecimento da doença. Em segundo lugar está a capital algarvia com 35.087 casos e 137 mortes, seguida de Portimão com 29.838 infeções e 103 óbitos.
Albufeira regista desde o início da pandemia de covid-19 22.733 casos e 80 mortes, enquanto Olhão apresenta 20.236 infeções e 61 óbitos.
Já com 15.425 casos e 51 mortes está o concelho de Silves, seguido de Lagos com 14.860 e 62 mortos e Tavira com 11.558 e 61 falecimentos com a doença.
Abaixo das dezenas de milhar encontra-se o concelho de Vila Real de Santo António com um total de 8.639 casos registados desde 2020 e 42 mortes, enquanto São Brás de Alportel tem 4961 infeções e 21 óbitos.
Com 2542 casos está Castro Marim, também registando 11 mortes, seguido de Vila do Bispo com 2236 infeções e 10 óbitos, Aljezur com 2109 doentes e 12 falecimentos, enquanto Monchique tem 2056 infetados e 20 mortos.
Já no fim da tabela encontra-se o concelho de Lagoa com 1055 casos e 30 mortes e Alcoutim com 946 infeções e 10 óbitos.
Com o maior número de casos ativos destacam-se os concelhos de Loulé, Faro, Albufeira e Portimão, com números superiores a mil.
Já com poucas dezenas de casos ativos encontram-se os concelhos de Alcoutim, Monchique, Vila do Bispo e Castro Marim, não chegando a uma centena.
Em relação às idades e géneros mais infetados no Algarve, destaca-se maioritariamente o sexo feminino em todas as faixas etárias com exceção entre os 0 e os 9 anos.
A faixa etária com mais casos de infeção de covid-19 é entre os 40 e os 49, seguida dos 39 aos 39 e do 10 aos 19 anos.
Gonçalo Dourado